ONU reconhece liderança do Brasil na agricultura

                                                                                                                                                      Foto: Pixabay

Por Egídio Serpa*

Foi a revista Forbes Brasil, e não um veículo da chamada grande mídia brasileira, que divulgou, nesta semana, que o último relatório do secretariado da Convenção-Quadro da ONU sobre a Mudança do Clima reconheceu o agronegócio do Brasil como “uma peça importante no tabuleiro global dos impactos das mudanças climáticas e pode contribuir para salvar o planeta”.

De acordo com a Forbes, “a ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), a agricultura de precisão e a tecnologia baseada em ciência já levaram o Brasil a ser um dos maiores exportadores globais de commodities”.

O relatório destaca que a produtividade brasileira aumentou 386% e a área agrícola apenas 83%. Isso significa a preservação de 120 milhões de hectares de floresta.

“A chave para isso foi o investimento do Brasil em políticas públicas relevantes e tecnologia de base científica”, diz o texto, ressaltando a promoção da agricultura, baseada na intensificação sustentável, na inovação tecnológica, na adaptação às mudanças climáticas e na conservação dos recursos naturais.

Bem, finalmente, um organismo da ONU torna público, para o conhecimento do mundo, a liderança da agricultura brasileira. E o braço nacional de uma publicação mundial – a Forbes – dá divulgação planetária a esse relatório, que é, digamos assim, uma espécie de Selo ISO 14001 de Qualidade conferido ao setor primário da economia do Brasil.

Pouca gente aqui sabe que a mais moderna e avançada tecnologia agrícola de que dispõe o mundo é utilizada pelas grandes, médias e até pequenas empresas do agronegócio brasileiro, e grande parte dela produto das pesquisas dos vários núcleos de inteligência da Embrapa, incluída entre as maiores empresas mundiais de pesquisas agropecuárias.

No Centro-Oeste, por exemplo, já operam colheitadeiras e tratores autônomos, que dispensam operadores, pois são guiados por sensores. Nos canaviais paulistas, não existe mais o trabalho humilhante do corte da cana pela mão humana, que causava recordes anuais de acidentes de trabalho – os operários eram picados por cobras e se feriam constantemente com suas próprias foices. Ele, agora, é executado por máquinas automáticas.

O trabalho que deixou de existir em alguns setores do agro, por causa de sua modernização tecnológica, foi deslocado para outras áreas.

No ano passado de 2020, a agropecuária brasileira criou 61.637 vagas de trabalho de janeiro a dezembro, o melhor desempenho desde 2011, quando o saldo de geração de empregos formais foi de 85.585 mil vagas. Tudo isso vale para o Nordeste e, especificamente, para o Ceará. A agricultura e a pecuária modernizaram-se, também, nesta região do país.

O agro brasileiro não chegou por acaso à posição de liderança mundial em que se encontra hoje. Tudo foi consequência de longas pesquisas – a Embrapa na frente e por trás delas – e, principalmente, do investimento privado. Foi essa parceria que transformou o estéril cerrado brasileiro na região de maior e melhor performance da agropecuária do mundo. Todo o aplauso que se der ao agro brasileiro será pouco.

 

*Egídio Serpa é colunista.

 

Fonte: Diário do Nordeste

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