Compensar dois milhões de carbono equivalente lançados na natureza, até o ano de 2026, com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEEs), que serão gerados durante as Olimpíadas e Paralimpíadas, no Rio de Janeiro. Esta é a principal proposta do projeto “Abraça”, comandado por Tânia Braga, gerente Geral de Sustentabilidade, Acessibilidade e Legado do Comitê Rio 2016, em conjunto com a empresa Dow, companhia química parceira oficial de mitigação de carbono dos jogos olímpicos.
“Lançamos o desafio, aos nossos parceiros, de compensar estas emissões de gases de efeito estufa durante nossas operações (dos jogos olímpicos), sem usar créditos de carbono de iniciativas já existentes. Queríamos que esta compensação colocasse a máquina para rodar, com projetos completamente novos de economia de baixo carbono”, ressalta Tânia, em entrevista à equipe da SNA/RJ, durante encontro com a imprensa especializada, no Parque Olímpico.
Para a mitigação de CO2, ressalta a gerente, “decidimos trabalhar com as indústrias, mas também com o setor de agricultura e pecuária, que tem um peso muito forte nas emissões de GEEs no Brasil”. “Optamos, então, por trabalhar com a recuperação de pastagens degradadas. E, a partir desta ideia, a Dow se apresentou para unir forças ao Comitê Rio 2016.”
“Nossa parceria começou em 2014, com o objetivo de aproveitar todo o poder, entusiasmo e o engajamento, o momento único das Olimpíadas, para trazer tecnologias novas para o Brasil”, relata Julio Natalense, gerente de Tecnologia e Sustentabilidade para Operações Olímpicas da Dow para a Rio 2016.
Com este foco, “desenvolvemos projetos na área industrial, de infraestrutura e de produção de alimentos, especialmente a partir de experiências similares, de economia de baixo carbono, que foram empregadas na Rússia, nas Olimpíadas de Inverno, em Sóchi, no ano de 2014”, conta Natalense.
GRUPO RONCADOR
No setor agropecuário, a Dow buscou a parceria do Grupo Roncador que desenvolve, entre outros, o projeto “Carbono Araguaia”, cuja base de operações fica na fazenda Agropecuária Água Viva, no município de Cocalinho, no Vale do Araguaia (MT).
Referência em pecuária de corte naquela região e para o País, o Grupo Roncador – que trabalha com cria, recria e engorda de gado – conta com um plantel de quase 50 mil animais das raças Angus, Araguaia, Caracu, Nelore e Rubia Gallega. Na mesma propriedade rural, está sendo implantada a “Liga do Araguaia”.
De acordo com a empresa mato-grossense, trata-se de “um amplo programa de desenvolvimento regional sustentável, onde a fazenda está se transformando em um centro difusor de tecnologia em pecuária sustentável, integrando outras fazendas de cria da região, que estarão adotando práticas de intensificação sustentável para a produção de carne diferenciada, com benefícios para toda a cadeia”.
“Estamos mostrando que, com o manejo adequado de pastagens, a partir de uma pecuária moderna, com pastos homogêneos e terras sem traços de erosão, o carbono é fixado no solo. A partir disto, reduzimos as emissões de gás carbônico no meio ambiente. Se o produtor rural maneja melhor os pastos e diminui, por exemplo, a idade de abate do rebanho de cinco para dois anos, o que já está sendo possível, ele também ajuda a reduzir as emissões de GEEs”, salienta Caio Penido Dalla Vecchia, diretor de Sustentabilidade e Novos Negócios do Grupo Roncador.
“Queremos mostrar também que o setor agropecuário brasileiro não é o vilão das emissões de carbono. Queremos indicar que a solução virá deste segmento, porque nenhum país do mundo tem a quantidade de florestas que nós temos, no Brasil”, ressalta.
Segundo Dalla Vecchia, “idealizar e implantar o projeto Carbono Araguaia foi um desafio muito grande, porque o setor pecuário foi muito criminalizado”. “Temos, agora, a oportunidade de desenvolver metodologias para o Brasil, para o clima tropical do nosso País. Estamos promovendo, com sucesso, a Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Isto significa que temos condições de trabalhar com uma pecuária sustentável e, por meio dela, ganha o produtor, a sociedade e o meio ambiente.”
PROJETOS DA DOW
Para mitigar 500 mil toneladas de CO2 equivalentes (CO2eq) relativos à organização e entrega dos jogos olímpicos e paralímpicos, e mais 1,5 milhão de toneladas referentes às emissões indiretas do evento, que incluem as viagens dos expectadores brasileiros e do exterior, ao Rio de Janeiro, a Dow implementou cinco projetos estratégicos nas áreas de agricultura, infraestrutura e indústria no Brasil e em outros países da América Latina.
– Agricultura de precisão em MT: auxilia produtores rurais a otimizarem a produtividade de suas culturas, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa (GEEs), por meio de técnicas de agricultura de precisão. Esta redução ocorrerá com o aumento da produtividade e emprego adequado de fertilizantes.
– Adoção de painéis termoisolantes de poliuretano na construção civil: engajamento de toda a cadeia de valor da construção no Brasil e na Argentina, com a intenção de difundir a importância das tecnologias de isolamento térmico em edifícios, para alcançar uma economia significativa de energia elétrica, diminuindo os custos e as emissões de GEEs na América Latina.
– Tecnologias versáteis de embalagens para alimentação, cosméticos, higiene e produtos de limpeza: trabalho em parceria com fabricantes de filmes plásticos para embalagens em cinco países (Brasil, Argentina, Guatemala, México e Colômbia), com o propósito de acelerar a adoção do Microfoaming, uma tecnologia própria da Dow, que permite a produção de mais embalagens com a mesma quantidade de resinas, mantendo as mesmas propriedades funcionais.
– Geração de energia por biomassa para a indústria: adoção de tecnologias inovadoras de geração de energia, a partir do eucalipto e do bagaço da cana-de-açúcar, para substituir combustíveis fósseis (principalmente de gás natural) e reduzir, significativamente, as emissões de GEEs em duas fábricas da Dow, no Brasil.
Para mais informações sobre os projetos de sustentabilidade das Olimpíadas e Paralimpíadas Rio 2016, acesse www.rio2016.com/sustentabilidade. Detalhes sobre os projetos de pecuária sustentável do Grupo Roncador, acesse www.gruporoncador.com.br/sustentabilidade. Informações sobre as atividades da Dow: www.dow.com/brasil.
Por equipe SNA/RJ
