OIC aponta déficit de 600 mil sacas na safra mundial de café 2013/14

A Organização Internacional do Café (OIC) divulgou o relatório mensal de setembro da entidade nesta semana. A estimativa da produção mundial de café em 2013/14 (outubro/setembro) ficou em 145.205 milhões de sacas de 60 quilos, tendo assim um incremento de apenas 0,1%, ou 205.000 sacas, no comparativo com 2012/13, quando a safra global foi estimada em 145.003 milhões de sacas.

Já o consumo de café continua crescendo em termos mundiais, com a demanda total para 2013/14 atingindo 145.8 milhões de sacas, alta de 2,1% em comparação as 142.3 milhões de sacas de 2012/13. Contabilizando os dados de produção e demanda globais, houve um déficit de cerca de 600.000 sacas na oferta na temporada encerrada agora em setembro.

Segundo a OIC, a estiagem no Brasil exacerbou as preocupações em relação ao potencial produtivo da próxima safra no maior produtor mundial. Para 2014, contudo, a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) elevou em 570.000 sacas sua estimativa de produção, agora indicada em 45.14 milhões de sacas.

“Em termos mundiais, a elevação na demanda deixou o mercado razoavelmente equilibrado na relação oferta x consumo em 2013/14. Já para o ano seguinte, a esperada queda na produção deverá resultar em um déficit global de produção”, disse a OIC que, no entanto, não citou números.

Segundo a OIC, a produção de arábica caiu 3,8%, totalizando 85.3 milhões de sacas em 2013/14. Com isso, responde por 59% do total mundial. A ferrugem levou à queda de 9% na produção 2013/14 de “outros suaves” da América Central ou à perda de 2.5 milhões de sacas na temporada. A produção totalizou 26.3 milhões de sacas, a mais baixa desde o ciclo 2005/06. A quebra na safra brasileira contribuiu com o fraco desempenho do arábica. O “natural do Brasil” recuou 2,2%, totalizando 46.7 milhões de sacas.

O “mercado de clima”, com as preocupações com a falta de chuvas em pleno período de floradas no Brasil, e a definição da safra brasileira 2015 seguem como principal influência ao mercado mundial de café. A dimensão da quebra brasileira servirá de parâmetro para o balizamento dos preços. E ainda é cedo para uma boa leitura sobre o real potencial da safra. Assim, há espaço para muito nervosismo, que pode abrir novas oportunidades tanto para quem compra como para quem vende. A avaliação é de Gil Barabach, analista de Safras & Mercado para o café sobre a tendência do mercado no curto prazo.

“O momento segue favorável a quem vende, com a Bolsa de Nova York acima de US$ 2,15 e preço físico dos cafés melhores acima de R$ 500,00 a saca. Continua válida a estratégia de escalonar vendas e diluir posições, tentando aproveitar repiques”, recomendou o analista.

 

Fonte: Agência Safras

 

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