Tomando-se o potencial de produção de carne de frango apontado pela APINCO (1.156 milhão de toneladas) e dele deduzindo-se o volume exportado no mês (311.100 toneladas, conforme a SECEX/MDIC) tem-se a oferta interna aparente de carne de frango. Que, em janeiro de 2016, manteve-se praticamente no mesmo patamar de janeiro de 2015, atingindo marca próxima de 845.000 toneladas.
É interessante notar, neste caso, que a produção do mês (potencial) aumentou 3,5%. Ou seja: a oferta interna só não aumentou graças ao desempenho das exportações que, em janeiro, apresentaram expansão de quase 15% sobre o mesmo mês de 2015.
Mas se houve redução na oferta interna, é o caso de se perguntar: por que razão o frango (vivo e abatido) teve desempenho tão fraco no mês?
Janeiro é, tradicionalmente, mês ingrato para a comercialização – não só do frango, mas dos alimentos em geral. Porque é período de férias (inclusive escolares), porque são impostas novas obrigações financeiras ao consumidor que, por seu turno, passado o Natal fica totalmente exaurido.
Isso todo mundo já conhece. Mas em janeiro passado o quadro negativo teve mais um ingrediente. Capaz de, por si só, derrubar o mercado. Pois embora igual à do ano passado, a oferta interna aparente deste último janeiro foi quase 16% superior à do mês anterior, dezembro – quando, em geral, se obtém o maior consumo mensal do ano.
Tudo indica que, atenta à paralisação das atividades econômicas nos últimos dias do ano, a avicultura (que também diminui seu ritmo entre o Natal e o Ano Novo) preparou-se para ofertar menos carne de frango nesse período. Daí uma redução da ordem de 10% na oferta diária de novembro para dezembro.
Infelizmente, porém, parece que se ignorou o fato de que janeiro é mês de baixo consumo. Pois a redução observada em dezembro foi mais do que compensada em janeiro, ocasião em que se registrou – ainda pela média diária – a segunda maior oferta interna dos últimos 12 meses. Só podia dar no que deu.
Fonte: AviSite