A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) apresentou nesta quarta-feira a “agenda institucional do cooperativismo”, que reúne os principais temas de impacto para o setor neste ano no País.
Entre as prioridades está o fortalecimento do crédito rural, assunto de particular interesse para as entidades agropecuárias e financeiras.
A OCB indica que é fundamental a “manutenção do Sistema Nacional Crédito Rural e do adequado funcionamento da atual arquitetura da política agrícola voltada ao financiamento das atividades do produtor rural e das cooperativas agropecuárias”.
Ao Valor, o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, relatou a preocupação do setor com a insuficiência orçamentária para a equalização de juros do Plano Safra atual.
“Boa parte do progresso do agronegócio brasileiro nas últimas décadas se deve a uma política agrícola consistente, que foi capaz de garantir um volume de recursos e taxas de juros compatíveis com o retorno das atividades no meio rural”, avaliou o dirigente.
“Os instrumentos da política agrícola devem ser sempre discutidos e aprimorados, mas com um olhar voltado ao fortalecimento dos mesmos como um balizador do desempenho setorial, buscando uma adequada previsibilidade orçamentária e robustez das ferramentas de acesso ao crédito e mitigação de riscos”, disse Lopes de Freitas.
Segurança alimentar
Segundo o dirigente, o fomento à agropecuária nacional por meio de “políticas públicas robustas” não deve ser visto apenas como uma questão setorial, mas como um instrumento de garantia da segurança alimentar doméstica e global.
Freitas disse ainda que novas fontes de financiamento são bem-vindas, mas que é “indiscutível” o papel da política agrícola do crédito rural subsidiado como “um dos eixos fundamentais para o setor”.
Mobilização
Para Lopes de Freitas, “é imprescindível uma mobilização sincronizada” entre os poderes Legislativo e Executivo para que existam condições normativas e orçamentárias adequadas para garantir o avanço da produção agrícola e o bom desempenho das cooperativas de crédito.
“Uma política agrícola robusta, que garanta previsibilidade e adequada disponibilidade orçamentária, tanto para o tomador quanto para o operacionalizador dos recursos voltados ao crédito rural, tem nas cooperativas de crédito um importante agente potencializador e dinamizador para o financiamento rural brasileiro”, disse o presidente da OCB.
Outras prioridades
Além do crédito rural, a Organização listou entre as prioridades para este ano a adequação tributária ao ato cooperativo; a modernização da lei das cooperativas de crédito, e a participação das entidades nos mercados de seguros e em licitações e na prestação de serviços de telefonia móvel e banda larga fixa ou móvel no País.
Fonte: Valor
Equipe SNA