Nova associação da indústria de produtos de base florestal plantada reúne 70 empresas

Elizabeth Carvalhaes
Elizabeth Carvalhaes, presidente executiva da recém-criada IBÁ: ‘Nossa proposta é desenvolver um novo setor econômico-industrial’

 

Na terça-feira, 29 de abril, foi anunciada para a imprensa a criação da IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores), representando os setores de painéis de madeira, pisos laminados, celulose, papel, florestas energéticas, produtores independentes de árvores plantadas e investidores institucionais. A IBÁ (árvore, em tupi guarani) reúne 70 empresas associadas que, em 2013, gerou a receita bruta de R$ 60 bilhões, o equivalente a 6% do Produto Interno Bruto (PIB) Industrial. As vendas externas somaram cerca de US$ 8 bilhões, o que representa 3% das exportações brasileiras.

“Nossa proposta é desenvolver um novo setor econômico-industrial, além de ampliar a competitividade dos produtos originários dos cultivos de eucalipto, pinus e demais espécies plantadas para fins industriais”, afirma Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da IBÁ.

Com sede em Brasília e escritório em São Paulo, a IBÁ representa as empresas que participavam da Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (Abipa), Associação Brasileira da Indústria de Piso Laminado de Alta Resistência (Abiplar), Associação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas (Abraf) e Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa).

Segundo Elizabeth, a união representa o trabalho de benchmarking que identificou os pontos em comum dos setores representados por essas entidades, principalmente, a base florestal como forte diferencial do negócio e referência socioambiental.

“Decidimos buscar mais sinergia e realizar um trabalho institucional mais intenso, por meio de um único interlocutor. Foram dois anos de debates até o surgimento da IBÁ”, acrescenta o presidente do Conselho Deliberativo da IBÁ, Carlos Augusto Lira Aguiar.

De acordo com Elizabeth, com a nova associação, o setor ganha mais energia, seja pela expertise, capital e know-how das empresas.

“Somos agora 7,2 milhões de hectares plantados e, além disso, a entidade reúne um portfolio de investimentos muito robusto. Nos próximos anos, pretendemos investir anos mais de R$ 53 bilhões em novos programas”, anuncia.

“Vamos dobrar a área florestal plantada e aumentar a produção de painéis de madeira e laminados para 13 milhões de toneladas, de papéis, para 10 milhões de toneladas e, de celulose, para quase 22 milhões de toneladas”, acrescenta.

No total, são 7,2 milhões de hectares de árvores plantadas de eucalipto, pinus e demais espécies (acácia, araucária, paricá e teca). A produção abastece os seguintes segmentos: celulose e papel (37%); siderurgia a carvão vegetal (16%) painéis de madeira (6%); produtos sólidos de madeira (4%); investidores institucionais (6%); e produtores independentes (31%).

“É no potencial das árvores plantadas que se baseiam os investimentos de R$ 53 bilhões de nossas empresas, até 2020”, afirma Elizabeth, que também ressalta os investimentos das associadas em programas sociais, práticas de manejo florestal, certificação dos plantios, consumo consciente dos recursos naturais e programas de fomento de pequenos produtores rurais, que, cada vez mais, geram valor social em regiões brasileiras distantes dos grandes centros urbanos.

O setor responsável por cerca de 5 milhões de empregos diretos, indiretos, beneficiando aproximadamente 5% da população brasileira economicamente ativa. Além disso, entre 2012 a 2020, os projetos de investimento das empresas, em andamento ou previstos, voltados para o aumento da área plantada e para ampliação de plantas industriais e novas unidades, são da ordem de R$ 53 bilhões.

Mercados emergentes

Na avaliação da executiva, as estratégias para abertura de mercados no exterior também ganham outra dimensão.

“Nosso setor já trabalhava com o mercado internacional muito bem nas suas exportações, mas há um movimento oportuno dos mercados emergentes, para os quais nós já produzimos, então acredito que o Brasil vai se consolidar muito no fornecimento desses produtos, na sua credibilidade, na sua reputação frente aos mercados mundiais”, projeta.

Com todo esse potencial para exportação, inclusive para o continente asiático, a velocidade comercial do Brasil está no ritmo adequado porque o novo setor que agora nasce no Brasil, a partir da IBÁ, pretende oferecer mais do que é feito e do que conhece, através das novas tecnologias, investimentos em nanotecnologia, em biotecnologia, em transgenia arbórea.

“Vamos trazer novos mercados oriundos da madeira, dessa nova base florestal plantada e o futuro próximo aponta para o etanol celulose, para a energia oriunda da biomassa e da madeira, e para uma série de produtos extraídos da tecnologia em fibra arbórea. Então a gente vai fornecer à indústria aeronáutica, à indústria de alimentos, de fármacos, à indústria automobilística”, observa.

A presidente executiva da IBÁ considera este um grande momento e acredita que a nova associação será bem guiada, até porque há uma conscientização, por parte do investidor, em ver a floresta como um grande vetor econômico do seu negócio e do Brasil, que traz múltiplos usos ao mercado, produtos renováveis e produtos não fósseis.

“A nova associação é resultado de toda essa reflexão que durou alguns anos e essa nova visão do poder econômico que pode ser uma floresta nas diferentes demanda do ser humano”, conclui.

Por Equipe SNA/SP 

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