Em relatório que, ultimamente, vem sendo atualizado dia a dia, ontem (5), o APHIS – sigla, em inglês, do Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal do USDA destacava, em tipos quase garrafais, que o surto de Influenza Aviária que ora grassa em boa parte daquele país já atingiu 21.644.473 aves.
O número, esclareça-se, é preliminar, pois há vários casos em que, a despeito da confirmada presença do vírus, o número de aves afetadas permanece pendente. Portanto, o plantel afetado é bem maior.
De qualquer forma o número surpreende, pois, menos de cinco meses depois do registro do primeiro caso, a presença do vírus já foi confirmada em 13 estados norte-americanos e, até ontem, o número de focos registrados eram 114.
Três diferentes correntes de aves migratórias atuaram nesses 114 casos: a do Pacífico, responsável por 10 casos, a corrente migratória Central, com 8 casos; e a corrente do Mississipi, com 96 casos.
Mas como os serviços sanitários dos EUA sempre mantiveram um ativo sistema de vigilância e prevenção para a doença, supõe-se que a ocorrência tenha afetado, muito mais, a avicultura informal, certo? Errado. Pois os casos registrados nas criações chamadas de fundo de quintal não passaram de 12. Ou seja: quase 90% dos casos (102, no total) ocorreram em criações comerciais.
Uma vez que, entre esses 102 casos, 85 deles envolveram criações de perus (contra apenas 17 casos na avicultura de corte e postura), supõe-se também que os perus estejam entre as aves mais afetadas. Mas não. Pois entre os perus, a doença afetou cerca de 2 milhões de cabeças. Já na avicultura de corte e postura o plantel envolvido supera os 16 milhões de cabeças, afetando sobretudo aves de postura.
Por fim, os subtipos de vírus responsáveis por esse enorme problema. De acordo com o APHIS, em apenas três casos está envolvido o subtipo EA-H5N8. Quer dizer: em quase 98% do casos, o vírus identificado está sendo caracterizado como EA/AM-h5N2.
Nestes casos, as siglas EA e AM indicam a origem da cepa viral – respectivamente, eurasiana (EA, europeia + asiática) e americana (AM). Ou seja: a quase totalidade dos casos até agora registrados provém de uma recombinação de dois ou mais vírus de diferentes origens. E isso é que torna o atual surto de Influenza Aviária da América do Norte ainda mais desafiante e muito mais preocupante.
Em tempo: nestes relatos não estão inclusos os cinco casos ocorridos entre dezembro de 2014 e março de 2015 envolvendo aves silvestres mantidas em cativeiro.
Fonte: AviSite