Negociações comerciais entre EUA e China chegam a um impasse

As negociações comerciais entre Estados Unidos e China esbarraram num impasse sobre compras agrícolas, segundo fontes ao “Wall Street Journal”.

Os chineses estariam reticentes em firmar um compromisso específico em torno da compra de produtos agrícolas americanos, como deseja o presidente americano Donald Trump. O mandatário dos EUA diz que a China concordou em comprar até US$ 50 bilhões anuais em produtos agrícolas americanos, especialmente soja e carne de porco.

Pequim quer evitar um acordo que pareça mais favorável a Washington, disseram as fontes, e também quer ter uma opção de saída do acordo, caso as tensões comerciais aumentem novamente. “Sempre podemos parar as compras se as coisas piorarem novamente”, afirmou uma autoridade chinesa.

A disputa por compras de produtos agrícolas é uma das várias questões que atrasaram a conclusão da primeira fase do acordo comercial, anunciada por Trump e pelo vice-primeiro ministro chinês Liu He em 11 de outubro. Ambos os lados também estão em desacordo sobre quando, e quanto, os EUA concordariam em retirar as tarifas sobre as importações chinesas, a principal demanda de Pequim.

As autoridades chinesas também resistiram às demandas dos EUA por um forte mecanismo de fiscalização do acordo e restrições à transferência forçada de tecnologia para empresas que buscam fazer negócios na China, todas de extrema importância para a comunidade empresarial, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.

O escritório do representante comercial do governo americano, que lidera as negociações nos EUA, e a embaixada chinesa em Washington não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

Trump disse em um discurso, na terça-feira (12/11), que as negociações estão progredindo e que um acordo “pode acontecer em breve”. O presidente acrescentou que estava preparado para aumentar de forma substancial as tarifas de importação da China se os dois lados não chegarem a um acordo.

O Ministério do Comércio da China não divulgou nenhum compromisso agrícola, e um porta-voz do ministério afirmou, na semana passada, que os EUA concordaram em eliminar algumas tarifas existentes como parte do acordo da primeira fase. Os comentários sobre a eliminação de tarifas enfureceram autoridades comerciais em Washington e foram repreendidos por Trump.

Robert Lighthizer, representante comercial dos EUA, não está disposto a reverter as tarifas existentes sobre as importações chinesas, incluindo taxas amplamente criticadas sobre itens de consumo, a menos que Pequim mostre mais flexibilidade nas demandas de Washington, segundo informação de uma fonte familiarizada com as negociações.

Do lado chinês, as autoridades estão fazendo “exatamente o que você espera que elas façam”, mantendo-se comprometidos com Lighthizer até que tenham certeza de que o governo Trump eliminará as tarifas existentes na primeira fase, disse um ex-funcionário do governo americano que negociou com Pequim anteriormente.

 

Dow Jones Newswires

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