Negociações China/EUA ameaçam soja no Brasil

Pesquisa diária do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostra que os preços médios da soja no mercado físico brasileiro fecharam a quarta-feira (31/7) nos portos do Brasil, sobre rodas para exportação, oferecidos pelas tradings, em queda de 0,83%, para a média de R$ 77,29 a saca. Com isso, os preços da soja terminam o mês de julho em baixa de 5,51%.

Já os preços do mercado interno, que sofrem outras influências, recuaram 1,04%, para R$ 72,35/saca, e acaba o mês com perdas de 4,43%. “A forte queda de 1,67% nas cotações em Chicago, nesta quarta-feira, diante da falta de conclusão da reunião EUA-China e da melhora do clima, suplantou a alta de 0,70% do dólar, fazendo os preços recuarem”, disse o analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Pacheco.

“Há falta de acordo entre EUA e China. Apesar de os chineses declararem que iriam aumentar as compras de produtos americanos, nenhuma ordem nova foi colocada e esse filme já passou uma vez, quando prometeram comprar dez milhões de toneladas. Só que não disseram quando. Isso fez o mercado cair fortemente, tanto no futuro quanto no físico”.

Na avaliação de Pacheco, se os chineses cumprirem a promessa de aumentar as compras de produtos agrícolas dos EUA, os prêmios no Brasil tenderão a cair quase na mesma proporção que Chicago subir. O Ministério do Comércio da China (MofCom) afirmou em comunicado que as tratativas comerciais com autoridades dos Estados Unidos em Xangai foram “francas, eficientes, construtivas e aprofundadas”.

“Os dois lados também discutiram que a China aumentará as suas compras de produtos agrícolas dos EUA de acordo com as necessidades domésticas e que os EUA criarão condições favoráveis para as aquisições”, acrescentou o MofCom. A próxima rodada de negociações econômicas e comerciais será nos Estados Unidos, em setembro.

 

Agrolink

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp