Os contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em baixa. No final do dia, os principais vencimentos reduziram as perdas e finalizaram o pregão em queda de 2,50 a 3 centavos. O contrato maio/17 fechou cotado a US$ 3,79 ½/bushel, enquanto o julho/17 fechou a US$ 3,86 ¼/bushel.
As agências internacionais reportaram que os fundos realizaram lucros nesta quinta-feira diante das recentes altas registradas. Nos dois pregões anteriores, as cotações do cereal exibiram altas expressivas, por sua vez, estimuladas pela perspectiva de uma mudança na política do uso de biocombustíveis nos EUA. Cenário que poderia elevar a demanda por etanol.
“O mercado não tem novas notícias à medida que a história dos biocombustíveis desaparece da memória com qualquer impacto sobre a demanda não previsto no mercado por pelo menos um ano”, disse Kim Rugel, da Benson Quinn Commodities, em entrevista ao Agrimoney.com.
Outro fator que também contribuiu para a formação desse cenário foi o relatório de vendas para exportação, divulgado pelo USDA. Na semana encerrada no dia 23 de fevereiro, as vendas somaram 713.000 toneladas de milho.
O número ficou abaixo das estimativas do mercado, entre 850.000 e 1.250 milhão de toneladas.
Fundamentalmente, a questão da safra americana permanece no radar do mercado. Especialmente em relação às primeiras estimativas que indicam uma redução na área destinada ao milho, que deverá ser ocupada pela cultura da soja.
“Os preços do milho e da soja estão sob pressão das ideias das grandes safras da América do Sul, que estão ficando cada vez maiores”, ressaltou o Agrimoney.com.
Mercado brasileiro
No mercado brasileiro o dia foi de queda dos preços do cereal. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a saca caiu 10% em Sorriso (MT), cotada a R$ 18,00. Na região de Panambi (RS), o dia também foi de queda, com a saca caindo 2,20%, cotada R$ 24,00.
Em Não-me-toque (RS), o recuo foi de 2,04%, com a saca cotada a R$ 24,00. Na região de Pato Branco (PR), a queda foi de 1,97%, com a saca cotada a R$ 24,90. Em Cascavel, ainda no estado paranaense, a queda foi de 1,96%, com a saca cotada a R$ 25,00. Em Santa Catarina, na localidade de Palma Sola, a saca encerrou o dia cotada a R$ 25,50, em queda de 1,92%. Nas demais praças pesquisadas o dia foi de estabilidade.
“No spot, a liquidez segue baixa, com compradores aguardando a entrada da safra de verão e preços menores. No mercado paulista, segundo pesquisadores do Cepea, ainda há dificuldade na aquisição de milho, devido à baixa disponibilidade do produto e à dificuldade logística, já que houve aumento do frete e menor oferta de caminhão”.
Em nota, o Cepea ainda informou que o tempo mais firme nos últimos dias contribuiu para a colheita do cereal na safra de verão. Do mesmo modo, as condições climáticas favoráveis permitiram o avanço do plantio da 2ª safra nos principais estados produtores. “Mantendo a expectativa de oferta elevada no segundo semestre”.
Para essa temporada, as estimativas oficiais apontam para uma safrinha de 58.590.000 toneladas. E algumas consultorias já estimam a produção total, primeira e segunda safra, em mais de 90 milhões de toneladas nesta safra.
No mercado futuro brasileiro, sessão desta quinta-feira foi de leve alta para os principais vencimentos, que registraram valorizações entre 0,63% e 1,32%. O março/17 fechou cotado a R$ 35,27/saca e o maio/17 a R$ 31,80/saca.
Apesar da queda de Chicago, as cotações ainda foram sustentadas pela valorização do dólar. A moeda norte-americana fechou em alta de 1,88%, cotada a R$ 3,1513 para a venda, maior preço desde 27 de janeiro, quando o dólar fechou a R$ 3,1520.
Fonte: Notícias Agrícolas