Morreu na madrugada desta quinta-feira, aos 84 anos, o presidente e fundador da União Brasileira dos Agraristas Universitários (Ubau), Darcy Walmor Zibetti.
Nascido na cidade de Arroio do Meio, no Rio Grande do Sul, Zibetti era filho de agricultores descendentes de italianos do Norte da Itália. Ainda na juventude, decidiu se especializar no setor agrário.
Na década de 60, motivado pela notícia da tramitação, no Congresso Nacional, do Estatuto da Terra, Zibetti consolidou sua vocação pelo Direito Agrário, disciplina que influenciou, de forma decisiva, seu futuro profissional. Após fundar o Idasul – Instituto de Direito Agrário e Ambiental do Sul, passou a promover o estudo da disciplina.
Participou ativamente de uma série de eventos nacionais e internacionais, em muitos deles expondo trabalhos e proferindo palestras, e também produziu e publicou diversos artigos, livros e trabalhos em revistas e obras coletivas no Brasil e no exterior.
Foi o idealizador do I Congresso Nacional de Direito Agrário, em homenagem ao jurista Octavio Mello Alvarenga, que reuniu diversas entidades do Direito e do agronegócio.
Além de implementar ações e campanhas em favor do Estatuto da Terra e do Direito Agrário, Zibetti sempre manteve uma preocupação com a melhoria de vida dos produtores e trabalhadores rurais, e defendia sua profissionalização e o uso da inovação e da tecnologia.
Vida acadêmica
Foi professor de Direito Agrário das Faculdades Integradas do Instituto Ritter dos Reis (atual UniRitter, com sede em Canoas/RS), tendo sido homenageado em 1979 com a Láurea Excelsa conferida pelos seus alunos, em reconhecimento a sua dedicação ao ensino do Direito Agrário.
Atuou como membro e coordenador regional, no Rio Grande do Sul, da Associação Brasileira de Direito Agrário (ABDA), integrou a União Mundial dos Agraristas Universitários (Umau), com sede em Pisa (Itália), e foi sócio-fundador da Academia Brasileira de Letras Agrárias (ABLA), ocupando a cadeira nº 1, cujo patrono é Fernando Ferrari.
Ciclo do Agrarismo
À frente da Ubau, se dedicou intensamente para promover o chamado “II Ciclo do Agrarismo no Brasil”, classificação criada por ele, em defesa do estudo científico do Direito Agrário, levando em consideração a dinâmica das cadeias produtivas e dos complexos agroindustriais.
Considerações
“Sua colaboração para o desenvolvimento e a consolidação do Direito Agrário foi inestimável. Sua preocupação em levar o conhecimento do Direito Agrário a todos o distinguiram no meio jurídico. Era incansável. Zibetti deixa para seus familiares, amigos e discípulos um legado de busca por seus ideais”, disse Maria Cecília de Almeida, diretora técnica da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
“Era um grande jurisconsulto técnico e prático do Direito Agrário. Gratidão é o sentimento em favor de nosso professor”, afirmou o diretor jurídico da SNA, Frederico Price Grechi.
Zibetti era casado com a professora Dione Marion e deixa uma filha, Giovana da Costa Zibetti. Seu corpo foi sepultado nesta quinta-feira, em Porto Alegre.
Fonte: Ubau
Equipe SNA