Ministro da Agricultura defende produção sustentável de alimentos e energia no mundo

Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ao lado do presidente da Embrapa, Maurício Lopes (segundo da esquerda) participa de reunião com alemães. Foto: Divulgação Mapa
O ministro brasileiro da Agricultura, Blairo Maggi, ao lado do presidente da Embrapa, Maurício Lopes (segundo da esquerda), participa de reunião com alemães. Foto: Divulgação Mapa

A bioeconomia foi o assunto predominante do discurso do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, na Comissão de Agricultura do Parlamento Alemão, atendendo ao convite da deputada Bärbel Höhn, do Partido Verde. Em viagem para participar da reunião de Ministros da Agricultura do G-20, em Berlim, Maggi falou sobre como “garantir segurança alimentar e energia tomando parte na ação climática”.

A avaliação é de que a bioeconomia abre oportunidades ao Brasil, já que o país reúne a maior diversidade biológica do planeta, com ativos de interesse para a economia. É o caso de produtos e de processos de base biológica utilizados em áreas como a agricultura, a saúde, em processos industriais e na geração de energia.

“Há um potencial de sinergias a serem explorados”, defendeu Maggi, lembrando que essa foi a motivação do lançamento da Plataforma Biofuturo, “com foco na segunda geração de bioenergia e de bioinsumos”, na COP-22, em Marrakech (Marrocos). A segunda geração de bionergia compreende o uso de variadas fontes de biomassa.

“No Brasil, estamos especialmente investindo em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para o etanol de segunda geração. Esperamos utilizar sobras e desperdícios de cana-de-açúcar, que hoje estão com utilização abaixo do potencial”, destacou. A segunda geração, acrescentou, abrirá portas para todos os países acelerarem sua transição para a bioeconomia.

Segundo Maggi, a possibilidade de maior uso de resíduos agrícolas, como palhas, inclusive do arroz, pode ser mais bem aproveitada. “Temos alguma experiência com o uso de palha de arroz”. E destacou o crescimento do uso de sebo bovino para a produção de biodiesel. “Antes desperdiçado, hoje o sebo é responsável por cerca de 15% da produção brasileira de biodiesel.”

 

ETANOL

Sobre o etanol, o ministro brasileiro esclareceu que “não concorre com a produção de alimentos”, havendo estoque de mais de 160 milhões de hectares de pastagens de baixo rendimento, que cedem área para a agricultura ao mesmo tempo em que produtividade aumenta.

“Temos um zoneamento para a cana-de-açúcar que protege a Floresta Amazônica e os demais biomas de alta biodiversidade.”

 

BANCADA VERDE

Maggi disse que, em reunião com parlamentares do Partido Verde alemão, incluindo o líder da bancada, Anton Hofheiter, causou impacto seu relato sobre avanços na área ambiental obtidos pelos produtores agrícolas brasileiros.

“Eles ficaram surpresos com os números que apresentei, com a consistência e a determinação que os produtores têm em fazer uma agricultura respeitando o que mais defendem: o meio ambiente.”

Entre os dados apresentados, o ministro destacou que, na década de 1990, eram utilizados 190 milhões de hectares pela pecuária, com rebanho de 140 milhões. Em 2015, eram 160 milhões de hectares e um rebanho de 215 milhões.

Disse ainda que o Brasil tem 41,2% de energia renovável, sendo 29,1% originária do campo, como bioenergia. Enquanto isso, a média mundial é de 13% de energia renovável.

 

Fonte: Ministério da Agricultura

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