Ministra Tereza Cristina debate os desafios da Covid-19 e anuncia a abertura de 60 novos mercados

Para traçar um painel do agronegócio em momentos do Covid-19 e projetar oportunidades e perspectivas para o setor, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, participou de uma ‘live’ promovida pelo Instituto de Engenharia, na manhã desta sexta-feira.

Desde janeiro, o mundo já sabia da existência do Coronavírus. No Brasil, a Covid-19 chegou em fevereiro e diante disso, o Ministério da Agricultura se preparou e criou um grupo de acompanhamento para avaliar que problemas poderiam ocorrer imediatamente; quais seriam os setores mais afetados e políticas que deveriam ser antecipadas antes de uma possível crise.

Para a ministra, o maior desafio foi o abastecimento. O acompanhamento é diário, não só dos produtos que precisam percorrer a cadeia e chegar aos consumidores, mas também dos preços. “Na crise econômica, com muitos setores parados, não podemos ter preços que disparem sem motivo e tragam problemas para a cadeia”, disse Tereza Cristina.

Durante a ‘live’, ela comemorou a abertura de 60 novos mercados só neste ano. “O País vai vender lácteos para Tailândia”.

Hortifrúti, leite, flores e pesca: os mais afetados

No encontro, a ministra falou também sobre os setores que ainda não estão com bom desempenho e que sofreram, em maior grau, os efeitos da pandemia. O primeiro problema foi identificado no setor de hortifrútis.

Com o fechamento inicial das centrais de abastecimento e feiras, houve impacto sobre os perecíveis e muitos produtores não conseguiram entregar seus produtos, perdendo tudo na lavoura.

Pensando nesse contratempo, o Ministério da Agricultura criou uma linha de telefone específica para que os produtores relatem sua situação. “A criatividade das pessoas para superar as dificuldades começa a aparecer quando abrimos o diálogo. Inventamos entregas, drive thru, vendas online. Vamos superar”, afirmou Tereza Cristina.

O leite também enfrentou problemas. O setor vive de altos e baixos e tem uma grande cadeia produtiva, que inclui muitos atores, inclusive pequenos produtores sem tecnificação. “Hoje o problema é a falta de entrega de leite por parte do produtor porque a logística não chega. Em Rondônia, por exemplo, o preço está abaixo e em Minas Gerais acima. É um país diverso”, declarou a ministra.

“Já nas flores foi brutal. Tem nos trazido muitas preocupações”. O setor que é organizado, trabalha bem o mercado interno e a exportação, mas enfrenta problemas na demanda em razão do cancelamento de eventos.

A pesca também teve problemas. Há o que pescar, mas os pescadores não têm para quem vender. “Apesar disso tudo, o agro vai bem”, destacou a ministra.

O Brasil terá a maior safra de grãos da história, que foi colhida e foi escoada. A safrinha está sendo plantada e transcorrendo bem. As exportações fluem com ganhos US$ 10 bilhões em abril.  “Isso é muito bom para o País porque, além de colocar comida na mesa dos brasileiros, estamos cumprindo nossos contratos internacionais e isso traz confiança, já que muitos países não estão cumprindo”, disse Tereza Cristina.

“O agro está pronto”

Além disso, a ministra destacou que o Mapa trabalha para manter os mercados tradicionais dos produtos brasileiros, mas ao mesmo tempo busca diversificar a gama desses produtos para abrir espaço a outros setores.

“Não só soja, milho, proteína animal, café, açúcar. Optamos por abrir mais mercados e também diversificar. Temos castanha de baru para Coréia do Sul, melão para a China, gergelim para Índia, castanha do Pará para Arábia Saudita, mudas de coco para as Guianas, material genético, avícola e bovino”.

Tereza Cristina acredita que o agronegócio brasileiro é o setor que está mais pronto para contribuir na retomada do Brasil pós-Covid. “Oferecendo segurança alimentar não só para nosso povo, mas para grande parte do mundo que é nosso parceiro”, disse.

 

Fonte: Agrolink

Equipe SNA

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