Ministra prevê dobrar recursos para seguro rural no próximo Plano Safra

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, anunciou que o governo deve dobrar os recursos disponibilizados para o seguro rural no próximo Plano Safra (2020/2021), chegando a R$ 2 bilhões. No plano anunciado em junho, o governo prevê subvencionar até R$ 1 bilhão para contratação de apólices de seguros agrícolas.

“Esse é o caminho da modernidade e da inclusão de outras instituições de crédito para estarem juntos conosco também no crédito rural e fazer uma parte desse papel tão importante que o Banco do Brasil sempre desenvolveu na agropecuária brasileira. Mas está na hora de outros contribuírem. A nossa agropecuária cresceu muito, e pode crescer muito mais”, afirmou a ministra durante o lançamento do Plano Safra deste ano, em Mato Grosso do Sul, nesta segunda-feira (8).

A ideia é que o seguro rural seja utilizado pelos agricultores para segurar a safra e assim poderem tomar mais financiamento privado para a produção agrícola. Segundo o Ministério da Agricultura, em 2020, cerca de 150,5 mil produtores rurais poderão ter a safra segurada e devem ser contratadas 212,1 mil apólices, com a cobertura de 15,6 milhões de hectares e valor total segurado de R$ 42 bilhões.

Durante a cerimônia de lançamento do plano safra, o secretário de Política Agrícola do Ministério, Eduardo Sampaio Marques, apresentou os principais números do Plano Safra 2019/2020, que prevê R$ 225,59 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional. Do total, R$ 222,74 bilhões são para o crédito rural (custeio, comercialização, industrialização e investimentos), R$ 1 bilhão para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) e R$ 1,85 bilhão para apoio à comercialização.

Segundo o ministério, o Banco do Brasil destinará R$ 103 bilhões em crédito para a safra 2019/2020, valor 20% superior ao realizado na safra anterior. Sobre o Programa Moderfrota, a ministra explicou que, como o “cobertor é curto”, teve ordem expressa do presidente de atender primeiro os pequenos e os médios. “Eles receberam um valor um pouco maior do que no ano passado. Fizemos outras ferramentas de crédito para que eles possam vender equipamentos, mas que outros bancos e não só o governo brasileiro coloque dinheiro nesses programas”, disse a ministra.

Também participaram do evento os secretários do Ministério Orlando Ribeiro (Comércio e Relações Internacionais), Jorge Seif Jr. (Aquicultura e Pesca) e José Guilherme Leal (Defesa Agropecuária). Também participaram o Diretor de Agronegócios do BB, Marco Túlio Moraes da Costa, e o superintendente Banco do Brasil em Mato Grosso do Sul, Sandro Grando.

Acordo União Européia – Mercosul

A ministra também lembrou o acordo Mercosul-União Europeia, fechado recentemente. “O Brasil foi decisivo e a agricultura brasileira foi quem bateu o martelo para fechar esse acordo. Vamos ter muitos benefícios, mas vamos ter que fazer a lição de casa. Tenho certeza que o Brasil será competitivo, vamos poder atingir mais de 600 milhões de pessoas com esse acordo”, acrescentou a ministra.

Segundo ela, agora toda a agricultura brasileira terá que ser mais competitiva ainda, principalmente os pequenos produtores. “Eu recebi aqui uma pimenta, então por que não exportar pimenta? Vamos ver o que temos de bom: mel, pimenta, rapadura, uma série de produtos que eles não conhecem lá e que vamos poder jogar de igual para igual com outros países que hoje já acessam esse mercado”, disse.

A ministra também comentou sobre o que chamou de “desinformação para deixar o consumidor brasileiro aterrorizado” em relação à liberação de defensivos agrícolas no país. “O Brasil está liberando produtos mas também está revendo outros produtos que poderão ser banidos ou requisitados para ver a forma de uso”, disse Tereza Cristina, lembrando que, mesmo com a liberação de mais registros, não aumentou o número de produtos comercializados no país. Ela garantiu que os alimentos produzidos no Brasil são seguros.

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