Ministério de Minas e Energia recusa pedido para elevar mistura de biodiesel

O Ministério de Minas e Energia (MME) não aceitou a proposta do setor de biodiesel, que solicitou a antecipação para 1º de julho, da mistura no diesel dos atuais 12% para 13%. O pedido visava a ajudar a indústria do biocombustível durante a crise da pandemia, que reduziu a demanda por diesel, diminuindo, com isso, a venda dos produtores de biodiesel.

A decisão foi tomada na primeira reunião ordinária deste ano do Comitê RenovaBio, comandada pelo Secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, José Mauro Coelho, realizada na última sexta-feira (22/5). Também ficou decidido na reunião que a definição das metas do programa para o decênio 2021-2030, será levada à consulta pública e depois encaminhada para deliberação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Segundo uma fonte ligada ao setor, o MME argumentou que o edital do próximo leilão (L73) já está publicado e que o cronograma do CNPE, que prevê o B13 para março do próximo ano, seria seguido. “Também falaram sobre a alta demanda da soja para exportação, e com preços elevados, o que poderia impactar no preço do biodiesel e, consequentemente, do diesel”, informou a fonte.

O pedido para o aumento da mistura foi liderado pela União do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio). Em entrevista ao Broadcast Agro, a entidade informou que a elevação iria diminuir pela metade as perdas do setor durante a pandemia da Covid-19, com as vendas reduzidas no último leilão promovido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A agência flexibilizou o volume de retirada do combustível pelas distribuidoras e frustrou a previsão de vendas do setor para o ano. A expectativa era de que, se aprovado, o aumento da mistura para 13% seria adotado já na próxima oferta, no 73º leilão de biodiesel da ANP, previsto para ser realizado no dia 1º de junho, e o combustível seria entregue entre 1º de julho a 31 de agosto.

Segundo a Ubrabio, além de diminuir as perdas dos produtores de biodiesel, o aumento da mistura reduziria a necessidade de importação de diesel e ajudaria o setor de processamento de soja, além de aumentar a oferta de farelo para ração no mercado interno.

O setor de biodiesel reivindica também aumento gradativo da mistura para 20%. Hoje, a previsão é de atingir 15% em 2023, com aumento de 1% por ano. A elevação da mistura no diesel teria também o benefício da redução da emissão de gases de efeito estufa no País.

 

Fonte: Broadcast Agro

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