A produção brasileira de grãos deverá aumentar 36,80% nos próximos dez anos e totalizar 370.5 milhões de toneladas na safra 2031/32, de acordo com as novas projeções do Ministério da Agricultura (Mapa). A estimativa da taxa de crescimento anual é de 2,70%, com acréscimo de 99.7 milhões de toneladas em dez anos.
Algodão, milho de segunda safra e soja vão continuar puxando o crescimento da produção de grãos na próxima década. O aumento será motivado pela demanda do mercado interno, a alta nas exportações e os ganhos de produtividade das lavouras, estimou o Mapa.
Nas projeções atualizadas, a área plantada com grãos no Brasil deverá aumentar 17% entre as temporadas 2021/22 e 2031/32, saindo de 74.3 milhões para 86.9 milhões de hectares no fim desse período. O aumento anual estimado é de 1,60%.
Proteína animal
A estimativa é que a produção de carnes bovina, suína e de aves aumente 23% nos próximos dez anos. A projeção é que o volume saia de 28.4 milhões de toneladas em 2021/22 para 35 milhões de toneladas em 2031/32, ou seja, 6.6 milhões de toneladas a mais que atualmente. O maior aumento deve ocorrer na suinocultura (29,10%), seguida da avicultura (25,60%) e bovinocultura de corte (14,90%).
Os percentuais podem ser ainda maiores, segundo o Ministério da Agricultura, tendo em vista o aumento da demanda mundial por proteína animal. “Deverá ser realizado um esforço de crescimento que consiste em infraestrutura, investimento em pesquisa e financiamento no setor”, indica o relatório.
As exportações também devem aumentar em ritmo acelerado. A estimativa é de que as vendas de carne suína aumentem 38,90% no período, chegando a 1.5 milhão de toneladas. A de carne bovina e de frango podem crescer 34,100% e 26,2%, totalizando 4 milhões e 5.8 milhões de toneladas, respectivamente, em 2031/32.
Soja, algodão e celulose
Nos grãos, o destaque é para a estimativa de aumento das exportações a soja em grão, com previsão de alta de 48,90% no volume embarcado, chegando a 114.9 milhões de toneladas em dez anos. O algodão em pluma e a celulose também devem ganhar espaço no mercado externo, com aumentos de 38,60% e 32,80% nas exportações.
Milho, farelo, açúcar e laranja
O Ministério da Agricultura também estimou um aumento de 25,20% nas exportações de milho, totalizando 46.3 milhões de toneladas ao final do próximo decênio.
As exportações do farelo de soja devem aumentar 9,50% e chegar a 19.6 milhões de toneladas. Para os embarques de açúcar e suco de laranja, as estimativas são de aumento de 27,90% e 21,10%, respectivamente, devendo registrar as marcas de 30.7 milhões de toneladas e 2.7 milhões de toneladas.
Outros produtos
A comercialização de café deve aumentar 21,50% para 36 milhões de sacas. O Mapa ainda apontou aumentos nas vendas externas de frutas, como manga (51,70%), melão (33,80%), banana (25,60%), maçã (30,60%), uva (38,10%) e mamão papaya (34%).
Mercado interno
Segundo as estimativas atualizadas do ministério, o mercado interno brasileiro continuará relevante para o consumo da produção agropecuária, apesar da força do setor nas exportações. Na produção de carnes, cerca de 70% ficará no País e, na produção de grãos, por volta de 60%. O relatório sugere que o País deve aproveitar suas vantagens comparativa em carnes e frutas.
Estudo
Os dados estão no estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2021/22 a 2031/32, feito pela Secretaria de Política Agrícola, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Departamento de Estatística da Universidade de Brasília (UnB).
O estudo considera os 16 produtos que são pesquisados mensalmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para os levantamentos de safra: algodão, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão, gergelim, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale.
Destaques
Segundo as estimativas, Mato Grosso vai liderar a expansão da produção de milho na próxima década. A produção deve passar de 41.6 milhões de toneladas na safra 2021/2022 para 56.9 milhões de toneladas em 2031/2032. Na soja, o resultado da colheita dos produtores mato-grossenses será acompanhado pelos aumentos das lavouras do Pará, Rondônia e Mato Grosso do Sul.
No Matopiba, confluência dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a produção de grãos deverá passar de 31.8 milhões de toneladas em 2021/2022 para 40.2 milhões de toneladas nos próximos 10 anos, em uma área plantada de 10.3 milhões de hectares em 2031/32.
