O Ministério da Agricultura vai convocar um grupo de cientistas para “avaliar detalhadamente cada conclusão” do artigo publicado na revista “Science” sobre a produção agropecuária em regiões desmatadas da Amazônia e do Cerrado.
O estudo mostrou que cerca de 20% da soja e 17% da carne exportadas pelo Brasil entre 2016 e 2017 para a Europa podem ter origem em áreas de desmatamento ilegal.
Em nota, a Pasta informa que o estudo traz informações relevantes sobre a atividade. “Mais de 90% dos produtores rurais não estiveram envolvidos com qualquer tipo de desmatamento ilegal, com base na amostra de dados do estudo. Dessa forma, não podemos vilanizar a agropecuária”, indicou o ministério comandado por Tereza Cristina.
Ontem, em transmissão ao vivo nas redes sociais, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, rebateu o estudo e disse que a Europa é uma “seita ambiental”.
A nota do Ministério da Agricultura aponta que o estudo reforça a necessidade de ações para a regularização fundiária e ambiental como forma de combate à ilegalidade, além de incentivos à agricultura sustentável.
“Por meio de tecnologias de intensificação sustentável e com regularização fundiária e ambiental, além do combate a ilegalidades, o Brasil pode aumentar a produção de alimentos sem o desmatamento ilegal dos biomas”, destacou a Pasta.
Leia a íntegra da nota do Ministério da Agricultura:
“O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) considera que o artigo científico publicado na revista Science nesta quinta-feira (16/7) contém informações importantes sobre o período 2008/2018.
Assim como o título do artigo induz e os dados demonstram, mais de 90% dos produtores rurais não estiveram envolvidos com qualquer tipo de desmatamento ilegal, com base na amostra de dados do estudo. Dessa forma, não podemos vilanizar a agropecuária.
O Mapa entende que o combate à ilegalidade deve ser atacado. O estudo também traz luz a importantes estratégias, como o avanço nas agendas da regularização fundiária e ambiental, bem como os incentivos à agricultura sustentável, com tecnologias de baixa emissão de carbono e agregação de valor nas cadeias da biodiversidade. Estas que já são agendas prioritárias do ministério.
Por meio de tecnologias de intensificação sustentável e com regularização fundiária e ambiental, além do combate a ilegalidades, o Brasil pode aumentar a produção de alimentos sem o desmatamento ilegal dos biomas.
O Mapa irá convocar um grupo de cientistas para avaliar detalhadamente cada conclusão do artigo.”
Fonte: Valor Econômico
Equipe SNA