Até 3 de dezembro, as exportações brasileiras de soja em grão alcançaram 43 milhões de toneladas, de farelo, 13 milhões de t, e de óleo, 1,3 milhão de t, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da Abiove, afirma que o mercado de soja em grão está em ritmo muito forte e aponta para novo recorde. “Este ano, o Brasil deverá exportar mais de 43 milhões de t, ante 32.916 no ano anterior, o que representa um aumento de 30%”, calcula o executivo, que projeta exportações de 44 milhões de t em 2014.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também prevê embarques de 40 milhões de t de soja em grão, na safra 2013/2014, o que coloca o Brasil à frente dos EUA no comércio global do grão, com 39,46 milhões de t.
Conforme explica Furlan, o fundamento para o cenário positivo é a forte demanda chinesa pelo óleo vegetal e farelo proteico, neste caso, para a produção de aves e suínos. “A renda da população chinesa está crescendo, o PIB está aumentando, o país está se urbanizando”, justifica.
Mercado interno
De acordo com o executivo da Abiove, o mercado interno também está crescendo. “Ano após ano, tem havido uma expansão, motivada pelo aumento da demanda para a produção de aves, ovos, suínos, gado de leite e de corte, além da aquacultura e do segmento pet”, explica. Ele acrescenta que 80% do farelo são absorvidos pelo setor de aves e suínos.
O analista da Abiove afirma que o processamento caiu cerca de 2 %, em relação ao ano passado, por conta de problemas tributários. “O sistema tributário brasileiro é inadequado para a indústria, a taxação, muito alta, incentiva a exportação da soja em grão e desmotiva o processamento”, enfatiza.
Expansão da área e da produção
A INTL FCStone estima que 85% da área de soja na safra 2013/2014 já foi plantada e projeta um total de 29,1 milhões de hectares, crescimento de 5% em relação à temporada 2012/2013. Com base nesses números, a empresa prevê produção total de 89,3 milhões de t, podendo chegar a 90 mil t, ante 82,5 milhões de t no período anterior, o que significa um aumento de cerca de 8%.
O número da INTL FCStone está bem próximo da estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada na semana passada, que projeta a safra brasileira de soja em 90,2 milhões de t.
Segundo Natalia Orlovicin, economista e analista de mercado da INTL FCStone, por enquanto, o clima está ajudando muito e as condições estão favoráveis. “A maior preocupação é o ataque da lagarta Helicoverpa armigera, que a gente está olhando bem de perto”, alerta.
Diante desse cenário, Natalia afirma que o Brasil terá um volume maior de soja para exportação, que ela calcula em cerca de 8%. O consumo doméstico está previsto em 40 milhões de t, em 2014, e as exportações, em 46,3 milhões, impulsionadas pela forte demanda chinesa. “Há uma demanda bem forte da China, que deverá absorver a oferta brasileira.”
Em novembro, a receita com as exportações de soja em grão alcançaram US$ 349,3 milhões e 647,9 mil t, volume 56,9% menor que as 1,503 milhão de t embarcadas um mês outubro. No entanto, o total é150% acima das 259 mil t verificadas em novembro de 2012, segundo números divulgados dia 2 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Por Equipe SNA/SP