Os preços da soja no Brasil registraram uma alta de 1,73% nos portos, chegando a R$ 78,90/saca, reduzindo as perdas do mês para 3,55%, motivados pela forte alta de 2,25% em Chicago, mais a alta de 0,43% do dólar no Brasil. No interior, que é influenciado por outros fatores, a alta foi de 0,27%, para a média de R$ 73,51/saca, reduzindo as perdas do mês para 2,89%.
“Rumores de que a China estava procurando ofertas de soja nos portos americanos do Pacífico (PNW), tanto por parte de empresas privadas como estatais do país sem a tarifa de 25% (ninguém confirma, ninguém acredita, mas…) impulsionou fortemente as cotações em Chicago nesta sexta-feira. Com isto, os prêmios CIF portos da China da soja brasileira despencaram recuando de US$ 1,95 para US$ 1,87 para agosto e de US$ 2,05 para US$ 192 para setembro. Os prêmios da soja argentina permaneceram inalterados a US$ 1,65 para agosto, assim como os da soja americana, que estavam a US$ 2,00 para agosto e US$ 1,85 para setembro e US$ 1,52 para agosto nos portos do Pacífico (sinal que não houve a tal demanda)”, indicou Luiz Fernando Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica.
No entanto, ele comentou também que baixos níveis dos preços oferecidos pelo compradores não agradam aos vendedores, que, assim, se retiram do mercado, preferindo focar na colheita e na comercialização do milho safrinha, que está mais lucrativa do que a da soja. “No RS os preços do mercado de lotes à vista oscilaram desde +0,40% (Passo Fundo) até -1,97% (Santo Ângelo), com a saca cotada entre R$ 74,00 (Cachoeira do Sul) e R$ 75,80 (Passo Fundo). No mercado futuro o melhor preço da semana foi R$ 80,00 no porto, mas fechou a semana em R$ 79,20”, indica.
Comercialização do milho é melhor do que a soja
A comercialização do milho ainda continua sendo melhor do que a da soja indicou Luiz Fernando Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica. Segundo Pacheco, isso acontece porque os preços da oleaginosa não estão tão valorizados quanto os do cereal.
“Mesmo tendo recuado nas últimas duas semanas, os preços do milho ainda estão mais atraentes do que os da soja, cujas cotações se afastam cada vez mais do nível pretendido pelos agricultores. Já as do milho ainda estão em um patamar mais aceitável, embora também tenham caído cerca de 5,10% neste mês de julho em relação ao valor do último dia de junho. Nesta sexta-feira, os preços médios em Campinas, principal praça de referência do país, caíram 0,77% para R$ 36,28/saca”, disse.
Além disso, a colheita da safrinha já atingiu 63% da área plantada o que deixa os compradores mais confortáveis, principalmente em face dos estoques finais recordes previstos para esta temporada. Dentre os fatores positivos estão as cotações relativamente altas em Chicago, a boa demanda internacional, uma maior diversificação de destinos, além das margens maiores que a da soja. Como principais fatores negativos estão o início da competição do milho da Ucrânia e a queda dos prêmios.
“No RS o mercado esteve bem travado, esta semana, com a negociação apenas de alguns volumes pontuais no interior, na casa dos R$ 37,00 FOB, tudo para o mercado interno. Para a exportação nenhum negócio reportado, interesses apenas para o próximo ano, mas, sem fechamento de negócios pelo grande distanciamento entre os pedidos e as ofertas”, disse.
Colheita safrinha
A colheita da segunda safra 2019 de milho atingiu na última quinta-feira, dia 18, a 67% da área plantada no Centro-Sul do Brasil, segundo levantamento da consultoria AgRural. O percentual representa um avanço de 11% em uma semana e mantém a colheita da atual safra bem à frente dos 36% de um ano. Mato Grosso lidera, com 89% de sua área já colhida, seguido por Paraná com 66% e Goiás, com 57%.
No norte do Paraná e no sul de Mato Grosso do Sul, as temperaturas mais baixas e algumas chuvas esparsas tornaram o avanço da colheita mais lento devido à demora na perda de umidade dos grãos. Há relatos de problemas de qualidade por geada no norte do Paraná, mas são casos bastante isolados, em áreas plantadas muito tarde.
Em Mato Grosso e Goiás, a grande safra que está sendo colhida tem aumentado a demanda por caminhões e resultado em frete mais caro. Também há queixas de falta de espaço nos armazéns de algumas empresas, que por esse motivo estariam postergando a retirada, junto aos produtores, de parte do milho que já foi comprado por elas.
Fonte: Agrolink/Canal Rural