Com isso, no primeiro semestre as compras no exterior chegaram a 2.65 milhões de toneladas, quase o dobro que em igual intervalo de 2014. Pode ser só uma questão sazonal e que isso não signifique que o volume superará as 3 milhões de toneladas que o USDA prevê para as importações da China nesta safra internacional 2014/15, que terminará em agosto. Mas foi o suficiente para reavivar as discussões sobre as estratégias de Pequim.
As elucubrações passam pelo recente incremento das importações chinesas de sorgo – alternativa normalmente mais barata que o milho para uso em rações, por exemplo – e, principalmente, pelo nível de estoques considerado ideal pelo país asiático. Na safra 2013/14, quando produziu 218.5 milhões de toneladas, as importações totalizaram 3.28 milhões de toneladas e os estoques finais de milho da China atingiram 77.32 milhões, ou 36,5% de sua demanda total, conforme estimativas do USDA. Para se ter uma ideia, os estoques finais mundiais representaram 18,3% da demanda global, também conforme o órgão americano.
Sempre de acordo com o USDA, em 2014/15 a colheita de milho na China caiu para 215.67 milhões de toneladas e as importações deverão recuar para 3 milhões de toneladas – mas os estoques finais em 31 de agosto deverão crescer para 79.96 milhões de toneladas, ou 37% da demanda doméstica (a relação global na temporada é calculada em 19,7%). A depender do ritmo de importações de julho e agosto, que está atrelado ao baixo patamar das cotações, os estoques poderão de fato engordar mais. Cauteloso ou não, o USDA mantém sua projeção intacta e projeta para o próximo ciclo também 3 milhões de toneladas.
Fonte: Valor