O mercado brasileiro de sêmen bovino movimentou 13,6 milhões doses no ano passado ante 13 milhões em 2013, um aumento 4,49%. Em 2014, a comercialização interna absorveu pouco mais de 12 milhões de doses. No mesmo período, o setor evoluiu 10% e movimentou cerca de R$ 250 milhões, conforma estimativa do setor que espera crescimento em 2015. Os dados fazem parte do levantamento do Index Asbia, divulgado pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial.
De acordo com o presidente da entidade, Carlos Vivacqua Carneiro da Luz, o resultado final da pesquisa tem um novo formato e reflete a segmentação do setor em três partes: vendas de doses no mercado interno, exportações das raças de corte e leite e prestação de serviços (coleta para uso próprio, sem previsão de data para consumo).
A Asbia prevê que 12% do gado brasileiro é resultado de inseminação artificial. Diante disso, Vivacqua cita que esta técnica representa 2% do custo de produção das fazendas. “Além de ter um custo muito barato, o sêmen é o único insumo que deixa residual para outra geração”, analisa.
Ainda conforme o relatório de 2014, a produção nacional de sêmen de corte alcançou 5,9 milhões de doses, expansão de 51,5% em relação a 2013, enquanto a produção de sêmen de leite totalizou 1,6 milhão de doses, um aumento de 5,7% na mesma análise. A venda de botijões de sêmen somou 8 mil unidades, um crescimento de 6,4%.
“Boa parte desya demanda representa a entrada de novos usuários na utilização da técnica”, afirma o presidente da Asbia.
MERCADO INTERNO
No mercado interno, a comercialização de sêmen de corte totalizou 7,1 milhões de doses, queda de 6,5% comparada a 2013. No leite, foram 4,9 milhões de doses, redução de 7,5%, na mesma análise. Com 28%, Minas Gerais puxou a demanda no leite, seguido por Rio Grande do Sul (17%), Paraná (14%), Santa Catarina (13%), Goiás (7%) e demais Estados (21%).
“O mercado de leite está priorizando os produtos que tenham avaliação genética”, observa Vivacqua. Ele ainda acrescenta que, somente no ano passado, a raça Girolando, com 774 mil doses produzidas, ultrapassou a Gir Leiteiro, com 692 mil doses.
MERCADO EXTERNO
A exportação de sêmen de raças de leite totalizou 112,7 mil doses, incremento de 23,4% em relação à temporada anterior, que foi de 91,4 mil doses. A maior demanda externa foi da Colômbia, seguida por Equador e Panamá, em especial de Gir Leiteiro e Girolando.
Já no corte, as vendas externas caíram 25,6%, para 66,9 mil doses. Os países que mais compraram sêmen do Brasil foram Paraguai, Argentina e Colômbia, nessa ordem, destaque para as raças Angus e Bonsmara.
As importações de sêmen de raças de corte aumentaram 24,5% de um ano para o outro. Os países que mais enviaram sêmen de corte para o Brasil foram os Estados Unidos, o Canadá e a Argentina.
Quanto às importações de sêmen de raças leiteiras (Holandês, Jérsei e Pardo Suíço), principalmente dos Estados Unidos, Canadá e Holanda, o crescimento de 14%, comparado ao ano anterior.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
Na prestação de serviços, as raças de corte totalizaram 1 milhão de doses, expansão de 6,2% comparada ao ano anterior. O leite, porém, registrou queda de 54,8%, para 75,3 mil doses.
O relatório Index-Asbia aponta um incremento do uso de inseminação artificial entre os anos de 2009 e 2014, sendo 59% para gado de corte e 34% para o leite. No entanto, o diretor financeiro da Asbia, Marcio Nery Magalhães Junior, afirma que o desafio é aumentar o uso dessa técnica.
“A Inseminação Artificial em Tempo Fixo é a locomotiva que tem empurrado o uso de sêmen de corte, que ultrapassou o leite”, analisa o gestor, lembrando que a IATF já está enfrentando problemas relacionados à falta de inseminadores no campo.
“O uso da IATF é a motivação para incentivar o uso de sêmen na atividade leiteira”, ressalta o presidente da Asbia, Carlos Vivacqua.
Por equipe SNA/SP