O mercado de etanol sofreu, nos últimos anos, diversas modificações relacionadas a tributações, levando a quedas na participação do biocombustível dentro do mercado do ciclo Otto. Além disso, com os preços do açúcar se mantendo em um patamar elevado, a produção também não é incentivada sob o ponto de vista econômico.
Ainda assim, o biocombustível parece ter caminhos de escoamento, ao menos na visão de alguns especialistas.
A gerente sênior de inteligência de mercado da BP Bunge Bioenergia, Luciana Torrezan, considera o cenário para o biocombustível em 2023/24 “desafiador” e um pouco incerto, pelo menos no curto prazo. “Os preços do etanol vêm caindo desde o início desse ano; em agosto de 2023, atingiram o menor nível desde janeiro”, detalha.
Ela visualiza que a produção do biocombustível deve crescer 11,8% no ano, com destaque para a produção de etanol milho, com aumento de 1,5 bilhão de litros. Portanto, entre 2022/23 e 2023/24, o incremento do produto vindo do grão deve ser de 33,8%, saindo de 4,43 bilhões de litros para 5,93 bilhões de litros, segundo a análise da sucroenergética.
No total, a oferta disponível para venda do renovável no mercado interno deverá ficar 3,84 bilhões de litros acima da vista no ciclo 2022/23, conforme dados da BP Bunge. “O desafio é que a saída [do biocombustível] acumulada das usinas até o momento é muito parecida ou até um pouco menor do que saiu no mesmo período do ano passado. Então, toda essa oferta adicional precisa ser despachada de agora até março”, diz Torrezan.
A análise foi feita durante a sexta edição da Conferência NovaCana, ocorrida em setembro.
Confira na versão completa (restrita aos assinantes do NovaCana) análises aprofundadas sobre o mercado de etanol e perspectivas para o futuro conforme BP Bunge, FG/A, hEDGEpoint e BTG Pactual.