O mercado de defensivos agrícolas biológicos no Brasil deve registrar crescimento entre 15% a 20% nas vendas dos próximos anos. A projeção foi divulgada nesta terça-feira (10.11) em São Paulo pela Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio), entidade que reúne os principais produtores dessa indústria no País, como Simbiose, Biocontrole, Agri Haus, Bug, Bayer, Ihara, Basf, Arysta e FMC, entre outras.
A indústria de defensivos agrícolas biológicos no Brasil conta com 51 empresas detentoras de registros no País. Há 118 produtos comerciais liberados (incluindo 36 emergenciais). Destes, 83 são “microbiológicos” (fungos, bactérias e vírus) e 35 “macrobiológicos” (parasitas, predadores e parasitóides). Apenas em 2015 foram registrados 20 novos produtos, um crescimento até agora de mais de 135% sobre a média dos últimos seis anos (8,5).
“O rápido crescimento do mercado de defensivos biológicos se deve ao elevado custo para o desenvolvimento de um novo defensivo químico, em torno de US$ 250 milhões, à maior demanda da sociedade e também dos órgãos reguladores pela produção de alimentos sem resíduos e também ao fato de o defensivo biológico, quando utilizado em alternância com os produtos químicos, permitir um prolongamento da vida útil dos defensivos químicos”, explicou Pedro Faria Jr., presidente da ABCBio.
Faria Jr. aponta ainda outros fatores para esse expressivo crescimento: foco maior em uma agricultura sustentável; maior resistência das pragas aos defensivos químicos; oferta limitada de novas moléculas pelos produtores de defensivos químicos; expressivo avanço tecnológico verificado na área de defensivos biológicos, com o desenvolvimento de formulações mais eficientes e com maior vida de prateleira.
De acordo com o dirigente, o segmento foi favorecido ainda pelos recentes e graves problemas fitossanitários surgidos em algumas culturas no Brasil. “O exemplo mais marcante dessa situação foi o aparecimento da Helicoverpa armigera, uma nova praga que já causou enormes prejuízos aos agricultores brasileiros e cujo controle, economicamente viável, só foi conseguido graças à introdução de inseticidas microbiológicos e de insetos parasitoides no plano de manejo de pragas”, explicou Faria Jr.
Integrante do Conselho da ABCBio, Ari Gitz acrescenta que há casos em que a prática do manejo integrado de pragas (MIP) tem gerado economia de até 26% em comparação com o tradicional. “A principal tendência no mercado é de que os biodefensivos acabem tendo uma convivência harmoniosa com os defensivos químicos”, comentou ele.
Dirigentes da ABCBio ressaltaram também a decisão tomada pelos organismos certificadores de permitir que os defensivos biológicos fossem registrados por alvo. Isso permitiu que pudessem ser utilizados em todas as culturas.
Em função de todos esses fatores, as maiores empresas mundiais de defensivos biológicos escolheram o Brasil para ser a sede do Congresso Internacional de Biocontrole. Coordenado pela pela ABCBio, o evento está programado para os dias 15 a 17 do mês de novembro de 2016 em Campinas (SP).
Fonte: Agrolink