Mercado da soja registra oscilações de preços

O mercado brasileiro da soja tem registrado muitas oscilações de preços desde a safra passada. Segundo Luiz Fernando Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica, os valores já não são mais tão interessantes para os agricultores como no passado.

“Em maio de 2018, a cotação da soja no interior do Brasil atingiu o seu auge, ao redor de R$ 82,00/saca nos estados do Sul e deixou muitas saudades, tanto que os agricultores ainda desejam estes níveis para vender o restante dos seus estoques de safra velha ou nova”, informou Pacheco em seu boletim diário.

“De lá para cá, os preços só fizeram cair lenta e inexoravelmente, dando inúmeras oportunidades de fixação de preços intermediários no meio do caminho, aproveitadas por alguns vendedores”.

Segundo Pacheco, a pesquisa diária do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), registrou alta de 1,16% nos preços médios dos portos, para R$ 75,70, consequência da alta de 0,22% do dólar, mais 0,99% do contrato março em Chicago.

“Também o prêmio de março, pago nos portos brasileiros, voltou a recuperar US$ 0,10/bushel, fixando-se em +US$ 0,40 (maio permaneceu inalterado a +US$ 0,50), todos fatores positivos”, destacou o analista.

“Mesmo assim, no acumulado do mês, o preço da soja para exportação ainda está negativo em 5,58% em relação ao final de dezembro último. No interior, a alta foi de 0,58%, para R$ 70,82, reduzindo as perdas de janeiro para 4,43%”, acrescentou.

Pacheco explicou que alguns fatores como a disputa comercial travada entre a China e os Estados Unidos e a instabilidade do dólar são fatores fundamentais para essa variação nos preços da oleaginosa no País.

Milho: início da colheita impede recuperação dos preços

Em relação ao milho, o início da colheita no Brasil acabou impedindo a plena recuperação dos preços do cereal. O analista da T&F informou que as cotações do milho no mercado físico de Campinas registraram alta de 1,33% na sexta-feira (18/1).

Nesse cenário, segundo Pacheco, a alta ocorreu somente “face às necessidades de abastecimento de pequenas granjas e indústrias, no varejo, que sempre pagam preços um pouco maiores. Como no mercado de lotes os negócios ficaram paralisados, prevaleceram os preços do varejo”.

Além disso, dentre os poucos negócios concluídos no atacado, a preferência foi pelo milho tributado de Minas Gerais e do Mato Grosso do Sul, enquanto os agricultores começam a colher os primeiros lotes da safra de verão no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.

“Com isto, alguns armazenistas (cerealistas) começam a oferecer milho remanescente de safra velha para desocupar as instalações a fim de poder receber soja e milho de safra nova”, indicou o analista da T&F.

“O milho paraguaio chegaria aos eventuais consumidores de Santa Catarina a preços um pouco acima (R$ 34,00) do que estão conseguindo no mercado interno (R$ 31,00 nas compras diretas dos agricultores). Há duas semanas eram R$ 37,00 no mercado de lotes”.

Ainda segundo Pacheco, “nos portos, as referências finais permanecem de lado. As cotações para janeiro/19 e março/19 estão em R$ 39,00/saca e R$ 39,50, respectivamente. A soma dos line up’s de milho para janeiro/19 está em 3.53 milhões de toneladas, enquanto a dos da soja está em 2.77 milhões de toneladas”.

 

Agrolink

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