“Meio ambiente será questão de Estado, e não de governo”, diz Evaristo de Miranda, da Embrapa

Depois de ter anunciado por duas vezes a fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, ideia rejeitada tanto pelos ruralistas como ambientalistas, o presidente eleito Jair Bolsonaro decidiu chamar os “universitários” para cuidar da questão ambiental.

À convite de Bolsonaro, o pesquisador Evaristo Miranda, chefe da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Monitoramento por Satélite, formou um grupo “exclusivo e específico” com a missão de elaborar uma proposta de ação para o futuro ministro do Meio Ambiente, a ser anunciado pelo presidente eleito. Evaristo era um dos mais cotados para assumir a pasta, mas recusou o convite.

“Meio Ambiente será um assunto de Estado, e não de governo”, disse o pesquisador, que conta em seu grupo com técnicos do Ibama, ICMBio, Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Agricultura.

A estratégia do governo na área ambiental será a transversalidade, segundo Miranda. “A ideia é criar uma sinergia como nunca houve entre os ministérios no que diz respeito às questões ambientais, reduzindo os conflitos”.

O especialista afirma que o diagnóstico feito pelo grupo mostra um grande desperdício de recursos no Ministério do Meio Ambiente. Boa parte do dinheiro é dirigido para as atividades meio, como viagens e repasses para as ONGs (organizações não-governamentais), em vez de atividades fim.

O grupo buscou detalhar os conflitos entre os Ministérios da Agricultura e Meio Ambiente, na tentativa de eliminar os enfrentamentos entre as duas áreas. Os trabalhos desse núcleo deverão ser concluídos no próximo dia 5 de dezembro.

O presidente eleito já declarou que não quer um “xiita” no Ministério do Meio Ambiente, numa clara alusão que não vai nomear alguém com perfil ambientalista. Dois nomes estão sendo aventados: Ricardo Sales e Xico Graziano. Os dois foram secretários do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

Ontem, o presidente eleito anunciou que o Brasil não vai mais realizar a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP 25, no ano que vem, devido a problemas orçamentários.

 

Fonte: Globo Rural

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