O setor de florestas plantadas de Mato Grosso do Sul atingiu a marca de 1.2 milhão de hectares, de acordo com a Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore/MS). Esse resultado coloca o estado entre os três maiores produtores de eucalipto do País, atrás apenas de Minas Gerais e agora à frente de São Paulo.
Além disso, de acordo com a Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), o grupo celulose e papel obteve receita de US$ 2 bilhões em 2019. Quanto à participação relativa, a indústria respondeu por 69% de toda a receita de exportação. O resultado alcançado é 4% maior do que o registrado em 2018.
“Os principais compradores foram China (US$ 1.19 bilhão); Estados Unidos (US$ 204.47 milhões); Itália (US$ 165.26 milhões); Holanda (US$ 143.59 milhões); Reino Unido (US$ 49.90 milhões); Coreia do Sul (US$ 45.18 milhões); Espanha (US$ 36.30 milhões); Emirados Árabes (US$ 21.75 milhões); Argentina (US$ 16.15 milhões); Turquia (US$ 12.43 milhões); Peru (US$ 11.96 milhões) e Egito (US$ 11,24 milhões)”, enumerou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende.
O crescimento verificado nos últimos anos se deve a alguns fatores estratégicos. Em 2008, a Reflore/MS e o Sebrae criaram o Plano Estadual de Florestas, e Mato Grosso do Sul foi o primeiro a desonerar o produtor rural do licenciamento ambiental, por exemplo.
“Com a criação desse plano, tudo se tornou mais acessível, até porque as grandes empresas que se instalam trazem com elas preocupações que vão além do nível ambiental, social e econômico, porque buscam a certificação florestal, que é muito mais rigorosa que qualquer umas das leis ambientais”, afirmou o diretor executivo da Reflore/MS, Dito Mario.
As facilidades encontradas para o cultivo de eucalipto em Mato Grosso do Sul contribuíram para a instalação de grandes indústrias de papel e celulose em Três Lagoas. Elas são responsáveis pelo fortalecimento da economia do estado. A celulose passou a ser o primeiro item da pauta de exportação.
“O estado vem se consolidando no mercado florestal, especialmente como player de celulose. Ele cresceu muito mais rápido do que o plano feito em 2008, que previa que até 2030 teríamos três indústrias de celulose, hoje já temos duas unidades da Suzano e uma da Eldorado Brasil, com possibilidade de expansão e novos projetos em análise”, destacou Junior Ramires, presidente da Câmara Setorial de Silvicultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Olhar para o futuro
Segundo Ramires, a área florestal também superou as expectativas. A previsão era atingir um milhão de hectares até 2030. “Atingimos 1.2 milhão, o que causa certa preocupação para o futuro. Quando pensamos que o estado teria um milhão de hectares, o consumo estimado era de 33 milhões de metros cúbicos, mas atingimos apenas 22 milhões. Essa realidade gera um desequilíbrio de oferta e demanda, o que deprecia o preço da madeira”, disse.
“Com isso, alguns projetos se tornam inviáveis. Mesmo assim, acredito que essa realidade tende a se estabilizar porque o estado tem potencial de crescimento, especialmente no mercado de celulose e também na diversificação do uso da madeira, que será essencial para a consolidação do mercado.”
O presidente da Câmara Setorial de Silvicultura também destacou as oportunidades de crescimento da produção no estado para outros mercados. É o caso da geração de energia por meio da biomassa florestal, produção de painéis, madeira sólida para uso na construção civil e carvão vegetal para a siderurgia.
Saiba mais sobre a produção florestal no estado, acessando a reportagem a seguir.
Canal Rural