Na agricultura, o ano está sendo novamente marcado por mais um recorde na safra de grãos. E, como destaca o Ministério da Agricultura, soja e milho safrinha foram os responsáveis pela expansão da produção nacional.
Mas, como acontece em momentos de quebra da safra, o consumidor dessas duas matérias-primas – o produtor de frangos, por exemplo – começa a pagar mais caro por elas. O que, ressalve-se, não é inédito: em 2012, também com uma safra recorde de milho, a avicultura pagou caro pelo grão porque o produto brasileiro supriu a quebra de safra norte-americana.
Agora por outra razão (a desvalorização do real torna o produto brasileiro mais competitivo no mercado internacional), os preços voltam a aumentar. Na última semana, por exemplo, o milho alcançava seu maior valor em quase um ano e meio, enquanto o farelo de soja registrava o maior preço em 21 meses.
Nada contra. O problema é que o frango vivo não vem acompanhando essa evolução. Apesar das altas mais recentes. Para comprovar, tomem-se os preços médios registrados um ano e dois anos atrás (setembro de 2013 e de 2014) pelo milho, farelo de soja (ou de um mix contendo os dois produtos) e, também, pelo frango vivo, comparando-os com os preços mais recentes.
Em setembro de 2013, por exemplo, uma tonelada de frango vivo (R$ 2.930,00) possibilitava adquirir 1.173 kg de um “mix 3:1” (3 kg de milho + 1 kg de farelo de soja, proporção aproximada de uma ração para frangos) . Já em setembro de 2015, considerados os preços registrados no dia 10, esse volume de matéria-prima solicitou mais de 1.132 kg de frango vivo, ou seja, um volume 13,2% superior ao de dois anos atrás.
Porém, a perda de poder aquisitivo do produtor fica mais visível – e mais grave – quando se analisa sua capacidade de compra em relação ao milho, exclusivamente. Em setembro de 2013, com 1 tonelada de aves vivas, ele adquiria 113,8 sacas de milho, quantidade que aumentou cerca de 0,50% um ano depois (114,5 sacas).
Mas agora, 1 tonelada de frango vivo compra apenas 90,6 sacas de milho. Quer dizer: com o mesmo volume anterior de frango vivo, se adquire apenas 80% do volume de milho de dois anos atrás. Ou, se quiser adquirir a mesma quantidade de milho de então, o produtor vai precisar de 1.256 kg de frango, 25,6% a mais que em setembro de 2013.
Fonte: AviSite
