A Marsh, corretora de seguros e de gerenciamento de riscos, estima que a área agrícola coberta com seguro rural no Brasil na nova temporada (2017/18) poderá aumentar cerca de 60% em relação a temporada anterior, para um patamar de 9 milhões de hectares, depois de uma colheita recorde de soja e milho e após o governo ter anunciado mais recursos para subvenção ao setor.
O seguro rural, um dos pontos fracos do robusto agronegócio brasileiro, deverá receber R$ 550 milhões em subvenção governamental em 2017/18, o que representa um crescimento de mais de 37% em relação a temporada passada, de acordo com o Plano Safra anunciado na semana anterior.
“Acredito que a área segurada possa ser ainda maior, porque o momento para a safra brasileira é excelente. Isso está criando uma motivação grande em todo o mercado. Os produtores estão motivados para investir”, disse à Reuters José Zanni, líder da Prática de Agronegócio, Papel e Celulose da Marsh Brasil.
Segundo Zanni, considerando valores de emissão de prêmio, o seguro rural respondia até pouco tempo por apenas cerca de 2% de participação no total no mercado de seguros do Brasil, o que confirma seu potencial de crescimento.
Embora o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, tenha anunciado um grande aumento na subvenção do prêmio do seguro rural, o montante ainda está relativamente distante de 2014, quando se aproximou de R$ 700 milhões e a área segurada foi de 10 milhões de hectares.
“O governo está fazendo um grande esforço, considerando a crise que estamos lidando”, disse Zanni, lembrando que o anúncio do crescimento na subvenção é um primeiro passo para o setor reduzir seus riscos e consolidar uma área maior segurada.
Ao conceder um financiamento para o produtor rural, os bancos exigem algum tipo de garantia, e o seguro rural é uma delas.
Segundo dados citados pela Marsh, estima-se que menos de 20% da área agrícola do Brasil tem algum tipo de cobertura securitária.
Na safra passada, por exemplo, apenas 10% da área plantada com soja teve cobertura de seguro, patamar pequeno se comparado com outros grandes países produtores agrícolas, disse o especialista.
Fonte: Reuters