Maior produtor de café do Brasil pede recuperação judicial

O momento complicado das companhias brasileiras continua. E a recuperação judicial segue como uma opção. Desta vez, quem optou por evitar a falência foi o produtor de café João Faria, dono do Grupo Terra Forte. O total da dívida do grupo é de R$ 1.05 bilhão.

No auge da companhia, Faria era o responsável por exportar 6,5% de todo o café brasileiro. Em 2008 chegou a alcançar o posto de maior produtor individual do mundo, ao plantar 18 milhões de pés de café.

Nos últimos anos, no entanto, Faria enfrentou problemas em série. O aumento do dólar frente ao real e a queda do preço do café no mercado internacional fizeram com que a dívida do empresário subisse de maneira incontrolável.

Segundo os advogados Alexandre Faro e Gabriel Freire, sócios do escritório Freire, Assis, Sakamoto e Violante Advogados, o empresário se alavancou imaginando que o valor da saca do café estaria em R$ 550,00. Atualmente, o preço não chega nem a R$ 350,00.

Os principais credores, segundo a petição enviada para a Justiça nesta terça-feira (9/4), são bancos e instituições financeiras. O Bradesco, com R$ 140 milhões, o Banco do Brasil, com R$ 120 milhões, e o Banco Cargill, com R$ 110 milhões, são os maiores.

As negociações com os credores irão começar agora, segundo Faro. A ideia do Terra Forte com a recuperação judicial é captar investimento ou atrair um sócio. “A produção de café está indo muito bem e o fundamento de longo prazo ainda existe. A questão é que, agora, o mercado virou”, disse Faro. “A empresa não quebrou.” O empresário não quis conceder entrevista.

A Terra Forte também deve vender alguns ativos para auxiliar no pagamento das dívidas. No ano passado, um fundo americano chegou a sondar a companhia, mas sem sucesso. As terras do empresário estão divididas, principalmente, no sul de Minas Gerais e na região noroeste do Estado de São Paulo.

EXAME apurou que a decisão pela recuperação judicial foi por conta da pressão dos credores pelo recebimento. “O nível de pressão que ele sofreu dos bancos foi alto”, disse uma fonte com conhecimento das negociações. Os advogados não quiseram comentar.

 

EXAME

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