O arroz deve ter mais oferta e menor preço ao consumidor só a partir de 2021, indicou em relatório o Itaú BBA. “Há perspectivas de melhora da oferta e menores preços aos consumidores, mas isso tende a ocorrer apenas no início do próximo ano com a entrada da nova safra”, informou a diretoria de Agronegócio do banco.
A isenção de impostos de uma cota de arroz importado de fora do Mercosul não deve ter efeito significativo nos preços domésticos do alimento, segundo o boletim, e serve principalmente para aumentar a disponibilidade do produto.
Isso porque, segundo o Itaú BBA, o volume da cota de 400.000 toneladas equivale a cerca de 15 dias de consumo. “Além disso, o real desvalorizado frente ao dólar faz com que o produto importado da Tailândia seja atualmente precificado posto Brasil ao redor de R$ 85,00/saca, o que não deixa espaço para grandes quedas.”
Também deve ficar no radar, segundo o banco, as condições climáticas para a próxima safra do arroz no Brasil, em especial a disponibilidade da água para plantações irrigadas.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta que a área cultivada com arroz no Brasil na temporada 2020/21 aumente 12%. Em contrapartida, a produtividade do grão pode registrar queda de 4%, o que levaria a uma colheita de 11.98 milhões de toneladas, com aumento anual de 7,10%.
O arroz teria perdido área de plantio nos últimos anos para outros alimentos, como soja e milho, em decorrência da menor rentabilidade da cultura. Este ano, colaborou ainda para a alta dos preços a desvalorização cambial.
A partir de março houve também maior demanda, já que o consumo dentro de casa aumentou, algo que também ocorreu em outros países, alguns dos quais restringiram exportações. Além disso, há produtores “mais capitalizados” que preferiram continuar com o produto em estoque esperando os preços subirem.
Broadcast Agro