Os preços da soja deverão se manter elevados e muito lucrativos, mas tem pouca chance de subir muito mais do que os patamares atuais, indicou a TF Agroeconômica. Os valores para 2021 atingiram níveis excelentes e muito lucrativos para o produtor, algo como 67,91% depois de pagas todas as despesas, apontou a equipe de analistas.
Segundo eles, por enquanto não há estimativas que levem os preços a subir mais, embora haja fatores altistas (que manterão os preços elevados). No entanto, para os especialistas, esses fatores, mesmo que não tenham força suficiente para aumentar os preços, também não os deixarão cair.
“Dos três fatores principais que compõe o preço da soja – Chicago, prêmios e dólar, acreditamos que Chicago chegou em um nível em que as altas serão menores e mais cautelosas. Os prêmios tinham subido mais em outubro e recuaram em novembro, embora ainda estejam o dobro do que estavam em agosto”, informou a TF.
Já o dólar, acrescentou a consultoria, “tem todas as características de que irá voltar para níveis abaixo de R$ 5,00, como afirmam todos os especialistas do mercado de câmbio, sendo este o principal fator responsável pela falta de mais elevação do preço da soja em 2021”.
Negociação
Na avaliação dos analistas de mercado, portanto, a safra brasileira de soja de 2020/21 será muito mais lucrativa que a safra anterior, mesmo que seus preços não subam mais, porque os agricultores brasileiros venderam uma quantidade maior do produto a preços maiores.
Até o momento, já foram negociados aproximadamente 53% da safra ao preço médio de R$ 130,00/saca, o que garante uma lucratividade ao redor de 67,91%. Na safra anterior, os agricultores venderam mais de 60% da safra a preços inferiores a R$ 100,00/saca.
“Mesmo que os preços não subam (muito) mais, o sojicultor brasileiro poderá vender o restante da safra a preços muito lucrativos, uma vez que, conforme mencionado, a tendência do mercado é manter-se em níveis elevados, mesmo que as altas não sejam percentualmente tão grandes como as de 2020”, concluiu a TF.
Milho
Na estimativa da TF Consultoria Agroeconômica em relação ao milho, os agricultores terão um lucro de, no mínimo, 42,32% com o preço de R$ 80,00 atualmente praticado, e com a tendência de se manter nos estados consumidores do Sul, depois de pagas todas as despesas, algo que não se consegue em nenhum outro ramo da economia em um ano.
A estimativa já considera um aumento de 20% nos custos totais do milho, “um exagero”, segundo a TF, passando dos atuais estimados em R$ 46,84/saca para R$ 56,21/saca para a próxima safra. Ainda assim, as perspectivas são ótimas para os produtores de milho, tanto de verão, quanto de safrinha para a próxima safra, indicou a equipe de analistas.
Cotações
E em termos de valores, para onde podem ir os preços do milho no primeiro semestre de 2021? O forte esforço da China em recuperar os seus rebanhos de suínos deverá manter elevadas as demandas sobre milho e soja em 2021, com o consequente bom nível dos preços externos e internos no Brasil, estimam os especialistas.
O maior sinal disto, segundo a TF, é a elevação da cotação na Bolsa de Chicago, que subiu de US$ 3,10 para US$ 4,30/bushel, e dos prêmios que dobraram de US$ 0,45/bushel para julho de 2021 em Paranaguá em 20 de setembro, para US$ 1,00/bushel em 20 de outubro e se acomodaram a US$ 0,80/bushel na última sexta-feira.
O fator contrário é o dólar no Brasil, que tem viés de baixa no curto, médio e longo prazos, segundo os especialistas em câmbio que analisam a tendências da moeda brasileira.
Há, porém, ainda um clima de instabilidade no mundo pela segunda e terceira onda da Covid-19. Em termos de Brasil, o mercado segue preocupado com o rumo fiscal do País.
Fonte: Agrolink
Equipe SNA