Laranja: Produção da safra 2023/24 cai 0,70% em relação à estimativa inicial para 307.2 milhões de caixas

Imagem de Hans por Pixabay

A segunda estimativa da safra de laranja 2023/24 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro indica uma produção de 307.22 milhões de caixas de 40,8 kg, das quais aproximadamente 27.60 milhões de caixas devem ser colhidas na região do Triângulo Mineiro. O volume representa a uma diminuição de 0,70% (2.12 milhões de caixas), em relação à estimativa inicial, de maio. A segunda estimativa, divulgada hoje, foi realizada pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), em cooperação com Markestrat, e professores titulares da FEA-RP/USP e FCAV/Unesp.

Segundo comunicado do Fundecitrus, o ajuste reflete o balanço considerando todas as variedades. As laranjas das variedades precoces, já colhidas praticamente em sua totalidade, foram favorecidas pelas chuvas abundantes no início do ano, resultando em uma produção que superou a estimativa em 2.27 milhões de caixas. Em contrapartida, a produção estimada das laranjas das demais variedades (Pera Rio, Valência, Valência Folha Murcha e Natal) registrou uma queda de 4.39 milhões de caixas, em virtude do tamanho das frutas, que estão menores do que o esperado.

Segundo o Fundecitrus, a redução na safra não é ainda mais significativa porque o percentual de queda prematura de frutas dessas variedades, com exceção da Natal, está menor do que a estimada, compensando parcialmente o efeito da diminuição do tamanho das laranjas. Um dos motivos que explicam o tamanho das frutas menor do projetado é o volume de chuvas abaixo da média histórica que persiste desde o início das colheitas na maior parte do cinturão citrícola, apesar da frequência elevada das precipitações e das chuvas volumosas que ocorreram de janeiro a abril deste ano.

“As chuvas registradas no acumulado de maio a novembro contradizem as previsões climáticas, que apontavam para volumes com anomalias positivas nesta temporada em virtude do fenômeno El Niño”, informou o Fundecitrus. Essas previsões de chuva, que não se confirmaram, foram utilizadas em maio de 2023 como base para projetar o tamanho das frutas. Além disso, as altas temperaturas que ocorreram nos últimos três meses favoreceram o aumento da taxa de evapotranspiração.

O Fundecitrus indicou ainda, que se observa também uma variação no tamanho das frutas em regiões com diferentes níveis de severidade de “greening”, indicando que o aumento da intensidade da doença é uma das causas que está prejudicando o crescimento das laranjas.

Outro fator importante é o ritmo mais acelerado com que a colheita está avançando, resultando em um período mais curto para o desenvolvimento das frutas e uma quantidade significativa de laranjas colhidas antes da estação mais chuvosa do ano, época em que ocorre um maior enchimento das frutas.

Apesar de prejudicar o crescimento das laranjas, a colheita mais rápida emerge como uma estratégia para reduzir a taxa de queda de frutas, atenuando, assim, as perdas na safra. “Contudo, é importante ressaltar que a taxa de queda de frutas ainda se mantém acima dos níveis históricos, principalmente, por causa do impacto do “greening” nos dias atuais”, indicou.

Na atual estimativa, levando em consideração todas as variedades, são necessárias 255 frutas para formar uma caixa de 40,8 kg, representando um aumento de oito frutas em comparação com o cenário previsto em maio. Essa quantidade corresponde a laranjas com 160 gramas, contrastando com o peso médio inicialmente projetado de 165 gramas. Se essa projeção se confirmar, as frutas registrarão um peso inferior ao da média dos últimos 10 anos, que é de 163 gramas.

A colheita atingiu 82% da produção em meados de novembro, mostrando um ritmo muito mais rápido na comparação com os anos anteriores, quando, nesta mesma época, estava em torno de 60%.

Fonte: Broadcast Agro
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