O Brasil tem grande potencial para aumentar as exportações de leite em pó, queijos, manteiga e diversos outros produtos lácteos para a China, segundo a avaliação de especialistas durante o webinar “Mercado Chinês de Lácteos”.
O encontro, realizado nesta quinta-feira, debateu oportunidades de comércio no país asiático. A coordenadora de Exportações da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Camila Sande, apresentou o perfil da produção no Brasil e as expectativas para a entrada de lácteos no mercado chinês.
“O nosso foco é o mercado chinês. Já temos uma relação consolidada com a China. O desafio das empresas é a inserção de outros produtos no mercado, como os lácteos, por meio do registro da marca e distribuição adequada”, disse Camila.
Produção brasileira
“Foi muito importante ouvir deles que vamos ter parcerias de peso no país para acompanhar e apoiar a promoção e a entrada dos produtos lácteos brasileiros na China”.
Camila falou ainda da produção brasileira de leite, que coloca o País no terceiro lugar como o maior produtor do mundo. Segundo ela, a expectativa é de 47 bilhões de litros até 2030. Além disso, houve aumento de 19,80% entre 2009 e 2019, com produção de 34.4 bilhões de litros.
“Essa produção reflete a nossa demanda para buscas parceiros comerciais, principalmente a China, que é um mercado consumidor crescente, em qualidade e quantidade”.
Oportunidades
“A China é o maior importador de produtos lácteos, mas o consumo per capita ainda é muito baixo. O chinês médio consome 35 kg/ano e o governo do país espera que esse consumo chegue pelo menos 110 kg/ano. Esses dados mostram o potencial para o Brasil nesse setor”, disse o ministro-conselheiro e chefe do Setor Econômico da Embaixada do Brasil em Pequim, João Batista do Nascimento Magalhães.
Li Zhiping, representante da Foreign Economic Cooperarion Center (FECC), falou sobre a estrutura da entidade, que busca a interação entre diversos países com a China, focando na relação multilateral e na cooperação internacional. A palestrante afirmou que o encontro virtual serviu para que os empresários chineses pudessem compreender melhor o mercado de lácteos do Brasil para aproveitar as oportunidades.
“Espero que explorem as oportunidades para melhorar a qualidade e a eficácia da colaboração, aumentar as parcerias, o nível de cooperação e a promoção de projetos vantajosos para os dois países”, disse Li.
Panorama chinês
Chen Bing, representante da China Dairy Association (Associação de Lácteos da China), apresentou um panorama da indústria de laticínios do país, tendências e oportunidades para os produtos lácteos brasileiros.
Segundo ele, a produção de lácteos na China é de 3.9 milhões de toneladas e o principal produto é o leite líquido. Atualmente, o consumo dos chineses é de 34,7 kg per capita/ano, representando um terço do nível médio mundial.
“Sendo assim, existe um grande espaço para os produtos brasileiros, principalmente porque a demanda por manteiga e queijo tem aumentado”, afirmou Bing.
“Até setembro deste ano, por exemplo, a China importou apenas 50 kg do Brasil. A expectativa é que a China se torne o maior consumidor de lácteos do mundo em 2022, ultrapassando os Estados Unidos”.
Escritório
Camila Sande, da CNA, falou sobre o escritório que a Confederação tem em Xangai em parceria com a Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (InvestSP), que foi criado para apoiar os empresários brasileiros interessados em exportar para a China.
Segundo ela, estão previstas para 2021 rodadas e missões de negócios do Agro.BR voltadas para o mercado de lácteos na China.
Também participaram do webinar a assessora especial da ministra da Agricultura e chefe do Núcleo China no Mapa, Larissa Wachholz, e o assessor técnico da Viva Lácteos, Gustavo Beduschi.
Fonte: CNA
Equipe SNA