A Koppert Brasil, subsidiária da holandesa Koppert, está lançando um fundo de investimento em participações voltado a agritechs que desenvolvam soluções nas áreas de insumos biológicos e manejo integrado de doenças. A expectativa é que, por meio de um chamamento público no começo de 2023, o fundo consiga captar R$ 50 milhões, sendo 10% desembolsado pela própria Koppert.
Os recursos serão aplicados em cotas societárias em startups do ecossistema biológico em estágio inicial (capital semente). “Vamos trazer essas empresas para o Gazebo [hub de inovação da companhia], que vai filtrar as ideias e testá-las internamente, além de ver o potencial econômico”, disse ao Valor o diretor comercial da Koppert, Gustavo Herrmann.
Duas startups já incubadas no Gazebo devem fazer parte do investimento inicial do fundo. Uma delas, a e-Trap, que faz monitoramento de pragas, é um spin-off da Koppert. A outra, AgroBee, é uma espécie de aplicativo que conecta produtores e apicultores para proteger as abelhas e manter uma produção sustentável. “Temos outras residentes iniciais no Gazebo, que ainda estamos estudando a viabilidade técnica e econômica e que podem fazer parte de um investimento futuro”, disse Hermann.
As startups selecionadas devem ter interface com as tecnologias demandadas pela Koppert, em especial na área de pesquisa e desenvolvimento, prestação de serviços e acesso a mercado. A lista inclui gestão digital de manejo, aplicação de bioinsumos e preparos de solo, mapeamento e monitoramento por satélite de áreas e controle de emissão de gases de efeito estufa, e uso racional de recursos.
O fundo será gerido pela Trustee DTVM e contará com um comitê de investimento formado por executivos da empresa com extensa experiência no setor. Segundo Hermann, o Tridon Participações, family office da família Nishimura, do Grupo Jacto, já declarou interesse em aplicar recursos.