Izabella Teixeira destaca importância do Acordo de Paris na agenda global

Durante seminário na FGV, Izabella Teixeira disse que “até 2020, quando o Acordo de Paris deverá entrar em vigor, espera-se que ocorram mudanças na agricultura, na energia, nos transportes, na indústria, nas cidades e na proteção das florestas para que, de fato, o Brasil possa trilhar os rumos de uma economia de baixo carbono”. Foto: Divulgação

O Acordo de Paris foi aprovado em 2015 por 195 nações, com o objetivo de reduzir as emissões dos gases de efeito estufa e fortalecer a ação global frente à ameaça das mudanças climáticas no planeta. O assunto foi novamente abordado pela ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, durante o seminário “Pós-Paris, pós-Trump: os novos caminhos da mudança do clima”.

O encontro foi realizado no dia 22 de junho, na sede da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. Promovido pela FGV e pela Academia Brasileira da Ciência da Administração (ABCA), o evento também tratou dos impactos geopolíticos, econômicos e ambientais da saída dos Estados Unidos do acordo sobre mudanças climáticas.

Na ocasião, Izabella traçou um histórico de todo o processo que deu origem ao Acordo de Paris, e que estabeleceu um novo marco para assegurar o compromisso compulsório de todos os países signatários da Convenção do Clima, no âmbito do desenvolvimento sustentável.

 

ECONOMIA DE BAIXO CARBONO

“Tudo começou na Rio 92, cujas decisões pautaram as diretrizes relacionadas ao meio ambiente do século 21”, destacou ela, acrescentando que “o Acordo de Paris torna claro os caminhos da economia de baixo carbono para o desenvolvimento”.

A ex-ministra ainda continuou: “A partir dele, produzir bens e proteger o meio ambiente e os recursos naturais passaram a estar cada vez mais no centro das decisões globais e nacionais sobre desenvolvimento e inclusão social”.

Ela lembrou que, a partir do Acordo, “foi dado o primeiro passo de um novo processo político em que todas as sociedades são parte da solução”. Disse também que a agenda global do clima não prioriza apenas as ações de mitigação, passando a atuar a partir de novas abordagens sobre alocação eficiente de recursos naturais e o uso planejado dos territórios urbano e rural.

 

DECISÃO DOS EUA

Sobre a saída dos Estados Unidos do acordo, a ex-ministra pontuou que o presidente Donald Trump tomou a decisão pensando mais em seus eleitores do que para confrontar os demais países.

“A decisão americana foi lamentável, principalmente depois do trabalho desenvolvido por John Kerry e pelo ex-presidente Obama”, criticou.

 

DESAFIOS PARA O BRASIL

Em relação ao Brasil, Izabella afirmou que os desafios estão ligados às oportunidades para o desenvolvimento inclusivo e sustentável.

“A perspectiva é de que até 2020, quando o Acordo de Paris deverá entrar em vigor, ocorram mudanças na agricultura, na energia, nos transportes, na indústria, nas cidades e na proteção das florestas, para que de fato o país possa trilhar os rumos de uma economia de baixo carbono.”

A questão do desmatamento ilegal das florestas brasileiras, de acordo com Izabella, “além de crime ambiental, revela o desperdício e a visão tosca de desenvolvimento, que devem ser banidos”.

Ela observou que não é preciso perder biodiversidade para crescer na produção de alimentos: “Para isso é preciso avançar nos caminhos da agricultura de baixo carbono”.

Também destacou que algumas ações como os novos arranjos de infraestrutura e de logística de baixo carbono e o cumprimento das normas do novo Código Florestal devem servir de modelo para a produção de alimentos no Brasil, a fim de que o país possa contribuir para a segurança alimentar global.

 

PRESENÇAS

O seminário, coordenado pelo pró-reitor da FGV e diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) Antonio Freitas, contou com a presença de cerca de 50 participantes entre alunos e professores, além de personalidades como Israel Klabin, especialista em meio ambiente; Antonio Alvarenga, presidente da SNA; José Luiz Alquéres, conselheiro da Eletrobrás; embaixador Flávio Perri; desembargador Elton Leme e o procurador Sávio Bittencourt.

 

Por equipe SNA/RJ com informações de assessoria

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