A China tem recebido chuvas intensas nos últimos dias e sofrendo com severas inundações, as quais já são consideradas as piores desde 1998. Ao menos 200 pessoas e milhares de animais já morreram.
A região mais afetada é a parte sul do país. Segundo informações apuradas pela Agrinvest Commodities, os acumulados nos últimos sete dias, em algumas províncias, passam de 400 mm.
A situação da morte em massa de animais, principalmente em fazendas de psicultura e granjas de suínos, provocou um pânico no mercado de farelo de soja e a oleaginosa em grão nesta quinta-feira (7), tanto na Bolsa de Dalian, quanto na de Chicago dada à possibilidade de uma redução no consumo de rações.
No mercado futuro norte-americano, as cotações de ambos os produtos cederam mais de 4% e nesta sexta-feira buscam uma recuperação. A soja subia, por volta das 11h10 (horário de Brasília), mais de 20 centavos e o farelo mais de 7 dólares nas posições mais negociadas na CBOT.
Segundo explica o consultor Vlamir Brandalizze, o primeiro impacto mais forte sobre o mercado já passou.
“O impacto foi mais psicológico, e já perde parte da força. Há comentários de que cerca de quatro milhões de suínos teriam morrido com essas inundações, isso, para a China, é apenas 1% de seu plantel, que é o maior do mundo”, disse.
Na sequência, ainda de acordo com o consultor, a situação poderia se inverter e até mesmo trazer algum suporte aos preços, uma vez que os preços dos animais já começaram a subir – bem como o da carne suína – motivando, mais adiante, uma reposição dessas perdas, o que poderia voltar a demandar mais alimentação animal.
Um levantamento feito pela agência Reuters de Pequim mostra que os atuais preços da carne suína na nação asiática estão próximos de suas máximas e podem subir ainda mais frente à atual situação. Afinal, além da morte de animais, o mercado local ainda sofre com o transporte paralisado em muitas partes do país.
O analista sênior do Rabobank, Pan Chenjun, estima que no terceiro trimestre deste ano, os preços do quilo do suíno vivo passem de 18 yuans para 22 yuans ou de US$ 2,69 para US$ 3,29. Caso isso se confirme, o valor irá superar o recorde que foi observado no início de 2016, de 21 yuans.
Hoje, a China é a maior consumidora mundial de alimentos e vem aumentando consideravelmente seu consumo de proteína animal, principalmente carne suína e, por isso, conta com o maior plantel do mundo, com quase 400 milhões de porco.
Dessa forma, da cerca de 54 milhões de toneladas de carne consumidas anualmente, quase sua totalidade é produzida no país.
No entanto, a estimativa das importações para este ano são ligeiramente maiores do que as compras de 2015 e poderiam passar de 1.55 milhão para 2 milhões de toneladas de carne suína.
Fonte: Notícias Agrícolas