INTL FCStone reduz déficit global de açúcar para 7.5 milhões de toneladas no ciclo 2016/17

O déficit de açúcar no mundo deve ser menos acentuado na safra 2016/17, segundo revisão da INTL FCStone. A consultoria estima que a carência deva ficar em 7.5 milhões de toneladas – 2.2 milhões de toneladas abaixo da estimativa anterior. Pelo lado da demanda global, o grupo reduziu sua estimativa em 0,3%, para 185.6 milhões de toneladas na safra 2016/17, o que ainda representa um aumento de 1,6% na comparação com 2015/16. “Essa diminuição é resultado do impacto dos elevados preços internacionais do açúcar sobre a demanda pelo adoçante”, disse o analista de mercado da INTL FCStone, João Paulo Botelho.

Apesar da baixa elasticidade da procura, as cotações do produto tendem a impactar a demanda, pelo menos de forma marginal, o que ocorre principalmente por meio da substituição por outros adoçantes, como o xarope de milho e adoçantes de alta intensidade (dietéticos). Já em relação à oferta, a consultoria fechou em 178.08 milhões de toneladas sua projeção global, o que configura aumento de 2,4% em relação à safra 2015/16; número puxado principalmente pelo incremento na produção brasileira, para 38.9 milhões de toneladas, e da América Central,  com 5.7 milhões de toneladas. Estas expectativas produtivas representam avanço de 24,7% e 12,4%, respectivamente, em relação ao ciclo anterior.

Na América Central, o avanço se deve a aumentos esperados, tanto na área plantada como no desempenho dos principais países produtores. No Brasil, destaca-se a rápida reação das usinas à elevação do preço do adoçante nos mercados doméstico e internacional. “Dessa forma, o incremento na produção de açúcar deve se dar à custa do etanol, cujas cotações vêm sendo pressionadas no Brasil pela redução no preço da gasolina”, disse Botelho.

Na Ásia, o país onde a safra apresenta cenário mais negativo é a Índia, que sofreu com monções fracas no ano passado, levando à redução na área plantada e ao forte aumento na participação de cana-soca. A maior parte da redução na safra indiana, entretanto, foi compensada pelo aumento da produção estimada para o Paquistão em pouco mais de 400 mil toneladas, para 5.5 milhões de toneladas (valor branco), o que representa um aumento de 8,2% em comparação com o ciclo anterior.

Para a China e Tailândia foram mantidas as projeções da INTL FCStone relativas à temporada 2016/17. No primeiro caso, a expectativa é de que a redução na área plantada seja compensada pelo clima mais favorável em relação aos anos anteriores, levando a aumento de 10,7% na produção. Já na Tailândia, apesar de o clima favorável ao longo deste ano também ter prevalecido, a redução na área plantada devido às chuvas fracas em 2015 deve levar à diminuição na produção em 3,9%.

Ainda que o saldo seja menos negativo, os estoques globais devem cair para 64.5 milhões de toneladas, seu menor patamar desde 2011/12. Já a relação estoque/uso recuará para 34,7%, a menor desde a temporada 2010/11, quando o preço médio do açúcar na bolsa de Nova Iorque registrou mais de US¢28/lb.

 

tab3

 

Fonte: INTL FCStone

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp