Indústria compra milho argentino devido à tabela do frete

A criação da tabela do preço mínimo para o frete rodoviário, como consequência de um pedido dos caminhoneiros após a paralisação de 11 dias, está fazendo com que a indústria de carnes importe milho da Argentina. A JBS, por exemplo, que é o maior frigorífico do mundo, irá comprar cerca de 60.000 toneladas de milho para ração que vira de navio.

“Se os preços de transporte não se ajustarem no País, o milho americano também pode desembarcar por aqui”, afirmou a JBS. Nesse mesmo sentido, a BRF disse que está pronta para consumo milho da Argentina. “Se importar grãos ficar mais atrativo, a BRF vai fazer”, declarou um interlocutor da empresa.

A importação é dirigida, principalmente, para a região Sul do País, onde está localizada a maior parte de granjas criadoras de aves e suínos do Brasil, já que se tornou mais barato trazer o cereal de fora do que comprá-lo do Mato Grosso.

Segundo o analista Aedson Pereira, da IEG FNP, as incertezas logísticas do país irão fomentar ainda mais a aquisição de milho de fora, que está de R$ 3,00 a R$ 4,00 mais barato do que o nacional, comparado aos valores da saca de 60 quilos.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil comprou um milhão de toneladas de milho de outros países em 2017 e 3.3 milhões de toneladas em 2016. A ABPA disse que a prioridade é o consumo do milho nacional, mas que diante de situações singulares outras medidas poderão ser tomadas.

“Nossa prioridade é consumir o produto interno, mas o milho do Mercosul também é uma opção, já que é livre de taxa de importação. No cenário atual, com a alta do custo do frete, esta é uma questão que ficou mais evidente”.

 

Fonte: Agrolink

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