Tomate: menor disponibilidade impulsiona valores em SP
Após três semanas seguidas de queda, o preço do tomate salada longa vida subiu no atacado paulistano. Segundo agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea, as baixas temperaturas dos últimos dias atrasaram a maturação dos frutos, reduzindo a oferta.
Entre 5 e 9 de junho, o 2A e o 3A foram comercializados a R$ 21,61 e a R$ 36,83 por caixa de 20 kg, em alta de 27% e de 23%, respectivamente, na Ceagesp. Apesar do aumento das cotações, pesquisadores do Hortifruti/Cepea indicam que o patamar de preços ainda é considerado baixo.
Muitos dos frutos disponíveis têm apresentado manchas, principalmente aqueles das regiões paulistas de Mogi Guaçu e Sumaré, o que dificulta o escoamento da produção.
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Tomate: temporal atinge produção no Rio Grande do Sul
Na madrugada da última quinta-feira, 08, um temporal atingiu Vila Oliva, distrito de Caxias do Sul (RS), destelhando casas e deixando feridos e mortos, segundo informações da prefeitura da cidade. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, os estragos também atingiram a produção de tomate, destruindo os frutos de campo aberto e principalmente as estufas (incluindo a estrutura física).
Na região, a safra divide-se em três etapas: safra do cedo, meia-estação e safra do tarde. Como o ocorrido foi no período do “tarde”, já em fase de finalização, o estrago não foi maior. Além disso, produtores que têm estufas são mais estruturados e possuem seguro, o que ameniza os prejuízos. Segundo agentes, as perdas na produção de tomate ainda não foram contabilizadas.
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Arroz: com parte da indústria ativa e vendedores recuados, preço sobe no RS
Os preços do arroz em casca estão em alta no Rio Grande do Sul, refletindo a necessidade de parte das indústrias de repor estoques. Apesar da preferência pelo arroz depositado em seus armazéns, houve negociações de arroz “livre” especialmente de lotes armazenados nas propriedades rurais mais próximas das unidades beneficiadoras.
Do lado vendedor, conforme pesquisadores do Cepea, orizicultores têm demonstrado baixo interesse de venda. Alguns estão ofertando outras commodities, como soja, enquanto outros buscam financiamento e pré-custeio para a safra 2017/18. Entre 6 e 13 de junho, o Indicador Esalq/Senar-RS, 58% grãos inteiros avançou 1,77%, fechando a R$ 39,73/saca de 50 kg nessa terça-feira, 13/6.
Algodão: oferta reduzida no spot limita comercialização
A liquidez segue baixa no mercado de algodão em pluma, devido à baixa oferta no spot. Conforme pesquisadores do Cepea, apesar do interesse por novas aquisições, algumas indústrias e comerciantes deixaram de adquirir produto para entregas rápidas, diante da menor qualidade dos lotes apresentados.
Além disso, na maioria das vezes, compradores têm necessidade de pequenos volumes, apenas para repor estoques e/ou atender a contratos firmados anteriormente. Com o início da colheita da temporada 2016/17, a pluma da safra 2015/16 continua concentrada na mão de poucos agentes, que permanecem firmes nos valores pedidos, mesmo que apresentem características, como micronaire, fibra e cor. Nesse cenário, as cotações do algodão em pluma registraram pequenas oscilações nos últimos dias.
Café: colheitas de arábica e robusta avançam; ritmo de negócios é lento
Apesar do frio intenso nas lavouras de café arábica do norte do Paraná, São Paulo e Sul de Minas nos últimos dias, a colheita da temporada 2017/18 segue sem problemas. Segundo colaboradores do Cepea, apenas algumas áreas foram atingidas por geadas, o que não deve prejudicar a produção nacional.
Assim, o trabalho de campo deve se intensificar nos próximos dias, caso novas chuvas não interrompam as atividades. Com produtores concentrados na colheita, a negociação segue lenta no mercado físico.
Quanto ao robusta, as atividades estão mais avançadas no Espírito Santo e em Rondônia, com 50% e 90% das áreas alcançadas, respectivamente, conforme agentes consultados pelo Cepea. Mesmo com a maior oferta de robusta, devido ao avanço da colheita, as negociações no físico continuam lentas, devido à retração de vendedores e compradores. Neste cenário, as cotações estão em queda.
Exportações: faturamento tem leve alta, apesar de queda no volume
Apesar das turbulências nos cenários interno e externo no início deste ano, o agronegócio brasileiro continuou expandindo seu faturamento externo, de acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. A elevação está atrelada ao aumento do preço em dólar entre janeiro e abril de 2017, visto que o volume exportado registrou redução de 15% no mesmo período.
Segundo pesquisas do Cepea, o faturamento em dólar das exportações do agronegócio cresceu aproximadamente 3% no primeiro quadrimestre deste ano frente ao mesmo período de 2016. A receita acumulada foi de US$ 28.5 bilhões no período, representando mais de 40% do total obtido com as exportações totais do País. Em reais, porém, o faturamento caiu mais de 19%.Além da queda no volume, o faturamento em moeda nacional também se ressentiu da valorização do real nesse período, o que reduziu a atratividade das exportações da grande maioria dos produtos exportados pelo País, com exceção do açúcar, da carne de suínos e do etanol.
A China continua na liderança das compras dos produtos brasileiros e tem aumentado sua participação total nas vendas do setor. Nos primeiros quatro meses de 2017, a participação chinesa atingiu expressivos 32% do total, seguida pelas compras dos países da Zona do Euro (15%) e Estados Unidos (6,6%).
O clima, por sua vez, influenciou positivamente a produção agropecuária brasileira, elevando consideravelmente a oferta dos grãos. No mesmo período, a exportação de soja em grão cresceu 14%, enquanto a de milho teve queda de mais de 80%.
Há disponibilidade de produto no mercado brasileiro para que as vendas continuem crescendo ao longo do ano, mas esse aumento da oferta interna pode pressionar as cotações internacionais, devido ao fato de o Brasil ser um dos principais produtores mundiais. Assim, é difícil antever se o faturamento externo do setor continuará apresentando crescimento ao longo de 2017. Quanto ao mercado de câmbio, é ainda mais difícil prever o que acontecerá diante de tantas crises internas e externas. O que se pode esperar é que a volatilidade das cotações deve continuar alta nos próximos meses.
Fonte: Cepea