Indicadores Cepea: soja, milho, açúcar, etanol e trigo

Soja: chuvas favorecem o plantio no Mato Grosso e Paraná; colheita pode atrasar

As chuvas da semana passada favoreceram o avanço do plantio da soja em muitas regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e a finalização das atividades em Mato Grosso e no Paraná.

O início tardio do cultivo da oleaginosa, no entanto, deve atrasar um pouco a colheita e, consequentemente, o plantio da segunda safra, especialmente no caso do milho.

Fundamentados nesse possível atraso da entrada da safra 2019/20, sojicultores consultados pelo Cepea seguem retraídos nas vendas, à espera da continuidade das altas, até pelo menos o primeiro trimestre de 2020.

 

Milho: demanda aquecida eleva preços no mercado interno

Os preços do milho no mercado interno seguem em alta nas principais regiões acompanhadas pelo Cepea. Nessa sexta-feira (22/11), o Indicador Esalq/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), fechou a R$ 46,42/saca de 60 kg, o maior cotação deste ano.

O movimento de elevação segue atrelado à demanda aquecida. Muitos compradores consultados pelo Cepea mostram necessidade de recompor estoques, mas têm dificuldades em encontrar grandes lotes. Com isso, esses agentes acabam cedendo a patamares maiores de preços.

 

Açúcar: apesar da proximidade do fim da safra, indicador segue na casa dos R$ 65,00/saca

O clima de final de safra não tem alterado de forma significativa o preço médio e a quantidade do açúcar cristal negociado no mercado spot paulista. A liquidez, que se enfraqueceu logo no início de novembro, vem se mantendo estável.

Nesse contexto, o Indicador Cepea/Esalq, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, segue na casa dos R$ 65,00 por saca de 50 kg.

Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário pode se estender até o final de 2019, uma vez que não se espera um aquecimento na demanda, já que compradores se mostram abastecidos com o recebimento do produto negociado via contrato. Nas usinas, com o final da produção, a oferta deve seguir restrita.

De 18 a 22 de novembro, a média do Indicador Cepea/Esalq foi de R$ 65,59/saca de 50 kg, com queda de 0,2% em relação à média de 11 a 15 de novembro (R$ 65,73/saca de 50 kg).

 

Etanol: cotações sobem pela décima semana consecutiva

Os preços do etanol anidro e hidratado seguiram em alta no Estado de São Paulo pela décima semana consecutiva. Segundo colaboradores do Cepea, novos negócios foram fechados para atender à demanda pontual e também à de dezembro.

Do lado das usinas, com a alta no preço da gasolina e a finalização da moagem em várias unidades, vendedores seguiram firmes nos valores pedidos.

Entre os dias 18 e 22 de novembro, o Indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado (preço ao produtor) fechou a R$ 1,9064/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), com elevação de 1,5% em relação ao da semana anterior. ]

No caso do etanol anidro, o Indicador foi de R$ 2,0960/litro (sem PIS/Cofins), com aumento de apenas 0,5% na mesma comparação.

O Indicador diário Esalq/BMF&Bovespa (etanol hidratado posto Paulínia) fechou com média de R$ 1.967,00/m3 (sem impostos) e alta de 0,72% em relação ao da semana anterior.

 

Trigo: colheita se aproxima do fim e pior qualidade se confirma no Rio Grande do Sul

Com a colheita no Rio Grande do Sul na reta final, agentes de mercado confirmam a queda na produtividade e a baixa oferta de trigo de qualidade no estado. Esse cenário e a valorização do dólar têm elevado as cotações brasileiras do trigo.

No entanto, segundo colaboradores do Cepea, compradores não mostram grande necessidade de adquirir o grão no momento. Esses agentes afirmam estar abastecidos e boa parte deve interromper os trabalhos em dezembro.

Dados da Emater apontam que, até a última quinta-feira (21/11), 91% da área do RS já havia sido colhida. As atividades se encerraram na região de Santa Rosa, com PH acima de 78. No entanto, o PH diminuiu nas últimas áreas colhidas, variando entre 72 e 76 – consequência do alto volume de chuvas.

Esse problema também foi verificado em Bagé, Santa Maria e Caxias do Sul; em Ijuí, Passo Fundo e Frederico Westphalen, a colheita está na reta final, com produtividade e qualidade comprometidas. Já em Erechim e Soledade, a produtividade é boa, mas a qualidade diminuiu.

No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura, indica que 98% da área havia sido colhida até o último dia 18 de novembro, com 87% das lavouras em boas condições e 13% em condições médias.

Em Santa Catarina, a colheita segue avançando e a qualidade do cereal é considerada muito boa, segundo colaboradores do Cepea.

 

Cepea

 

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