Milho: indicador acumula forte queda de 16,6% em março
Os preços internos do milho encerraram março com forte baixa, refletindo os bons rendimentos da safra verão, o clima favorável à segunda safra e as incertezas quanto à demanda doméstica causadas pela Operação Carne Fraca, que investiga frigoríficos no país. O Indicador Esalq/BM&FBovespa (região de Campinas – SP) caiu expressivos 16,6% no mês, fechando a R$ 30,12/saca de 60 quilos na sexta-feira (31).
Conforme os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), diante das quedas de preços, a liquidez aumentou na maioria das praças pesquisadas, em relação aos meses anteriores. O interesse de comercialização, principalmente da segunda safra, se manteve elevado, embora produtores tenham recuado na última semana de março.
Soja: oferta maior que demanda pressiona cotações em 7% em março
Os preços da soja seguem em queda no Brasil. Na sexta-feira (31), a média ponderada dos valores no Paraná, refletida no Indicador Cepea/Esalq, fechou a R$ R$ 61,74/saca de 60 kg – baixa de 2% em relação à sexta-feira anterior e de 6,8% no acumulado do mês.
O Indicador da Soja Paranaguá Esalq/BM&FBovespa, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado no spot (pronta entrega), no porto de Paranaguá (PR), fechou a R$ 66,74/saca de 60 kg no dia 31, com respectivas quedas de 2,3% e 7,2%.
Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão sobre as cotações, que já era aguardada em um ano de oferta recorde, vem sendo reforçada pelos estoques elevados. No geral, sojicultores brasileiros ofertam maiores lotes, elevando a liquidez interna, especialmente no Paraná e em Mato Grosso.
Tomate: preços têm forte alta pela 2ª semana
Na Ceagesp, as cotações subiram 13,19% para o 2A, que encerrou a semana a R$ 39,61/caixa, e 11,33% para o 3A, a R$ 66,03/caixa. Conforme pesquisadores do Hortifruti/Cepea, os aumentos nos preços refletem a menor oferta de frutos em todo o país, uma vez que a safra de verão está se encerrando e a colheita de inverno ainda não é volumosa.
Além disso, produtores de Caçador (SC) e Itapeva (SP) declararam que a maioria dos tomates está verde, já que a maturação está lenta devido às temperaturas mais baixas. Por conta disso, a procura pelos frutos maduros é maior, valorizando os tomates nessa condição. Para esta semana, a expectativa é que a oferta continue controlada.
Leite: entressafra eleva preço ao produtor, mas fraca demanda limita alta
O avanço da entressafra elevou, pelo segundo mês consecutivo, o preço do leite recebido por produtores (que é referente ao produto entregue em fevereiro). A demanda enfraquecida, no entanto, limitou a alta que foi de apenas 1,4%, ou de 1,7 centavo/litro, considerando-se a “média Brasil” (GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA), que é calculada pelo Cepea .
Em março, o preço médio líquido (sem frete e impostos) foi de R$ 1,2326/litro, 13,4% superior ao de março/2016, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IPCA fevereiro/2017). O preço bruto médio do leite (considerando-se frete e impostos) foi de R$ 1,3405/litro, com alta de 1,4% frente a fevereiro/2017 e de 12,6% em relação a março/2016, em termos reais.
Segundo pesquisadores do Cepea, a captação de leite continuou em baixa em todos os estados acompanhados. De janeiro para fevereiro, o Índice de Captação de Leite do Cepea (Icap-L/Cepea) diminuiu 3,1%, sendo o terceiro mês consecutivo de queda.
Minas Gerais e Santa Catarina tiveram as baixas mais significativas no período, de 5,05% e de 3,98%, respectivamente. A menor produção no campo acirrou a competição entre indústrias e laticínios para a compra de matéria-prima em algumas regiões, o que influenciou a alta dos preços ao produtor.
Fonte: Cepea/Esalq