Mandioca: menor oferta eleva ociosidade industrial e preços tem nona alta
As chuvas e o feriado de Finados (2/11) prejudicaram o avanço da colheita nos últimos dias, o que reduziu em 27,6% o volume de mandioca processada pela indústria de fécula entre 30 de outubro e 3 de novembro, totalizando 18.500 toneladas.
Assim, a ociosidade industrial média da semana ficou em 73,6% da capacidade instalada, o que tem preocupado agentes de fecularias, que relatam aumentos consideráveis nos custos fixos.
Nesse cenário, parte das fecularias seguiu com demanda firme no período, inclusive se abastecendo em regiões mais distantes, mantendo os preços em alta.
De 30 de outubro a 3 de novembro, a média a prazo para a tonelada posta fecularia subiu pela nona semana consecutiva, fechando a R$ 668,34 (R$ 1,1623 por grama na tabela de renda 20) – 5,2% acima da média anterior e 36% superior ao igual período de 2016 em valores atualizados (deflacionados pelo IGP-DI de setembro/2017).
Soja: preços do grão e do farelo atingem a maior cotação desde julho
Em outubro, os preços da soja em grão e do farelo alcançaram os maiores patamares dos últimos três meses. Para o óleo, o preço foi o maior dos últimos nove meses.
Segundo pesquisadores do Cepea, as valorizações do complexo da soja estão atreladas à firme demanda externa e à retração de produtores da comercialização de grandes lotes, visto que as ofertas para entrega em 2018 têm preços mais elevados.
Além disso, as cotações foram impulsionadas pela valorização do dólar, que teve média de R$ 3,1950 em outubro, a maior desde julho deste ano, em termos nominais.
Neste cenário, a média do Indicador da Soja Esalq/BM&FBovespa Paranaguá registrou alta de 1,5% entre setembro e outubro, para R$ 71,47/saca de 60 kg no mês passado, a maior desde julho, em termos reais (IGP-DI set/2017).
O Indicador Cepea/Esalq Paraná avançou 2,3% na mesma comparação, com média de R$ 66,48/saca no mês passado, também a maior dos últimos três meses.
Quanto ao farelo, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços subiram fortes 5,2% entre setembro e outubro. Em 21 das 35 regiões acompanhadas pelo Cepea, a média de outubro foi a maior dos últimos três meses, em termos nominais.
Quanto ao óleo de soja, os preços são os maiores desde janeiro, em termos reais, com média de R$ 2,753,19/tonelada (posto na cidade de São Paulo com 12% de ICMS) em outubro.
Milho: indicador sobe e retoma patamar de março 2017
O forte ritmo das exportações, aliado à perspectiva de redução da área de milho verão, tem mantido vendedores retraídos, na expetativa de preços maiores nas próximas semanas. Por outro lado, compradores se mostram mais flexíveis nas negociações, com o objetivo de repor estoques.
Neste cenário, o mercado brasileiro de milho continua em alta. O Indicador Esalq/BM&FBovespa (Campinas-SP) subiu 3,5% em sete dias, indo para R$ 32,87/saca de 60 quilos na sexta-feira (3/11), mesmo patamar nominal registrado em março/2017.
Em outubro, o indicador apresentou a maior média do segundo semestre deste ano, de R$ 30,38/saca, 4,1% superior à média de setembro, mas 28% inferior à de mesmo período de 2016.
Citros: baixa liquidez pressiona cotações da tahiti e laranja pera se valoriza
Segundo colaboradores do Cepea, as vendas de lima ácida tahiti estão enfraquecidas no mercado doméstico, cenário que pressionou as cotações da variedade em São Paulo nos últimos dias.
Entre 30 de outubro e 3 de novembro, a tahiti teve média de R$ 60,05/caixa de 27 kg, colhida, com queda de 13,8% em relação à semana anterior. Quanto à laranja de mesa, as negociações também estiveram mais lentas nos últimos dias, devido ao período de fim de mês e ao feriado de Finados, no dia 2 de novembro.
No entanto, com a interrupção da colheita no período chuvoso, a oferta diminuiu, elevando os preços. Entre 30 de outubro e 3 de novembro, a pera registrou média de R$ 20,38/caixa de 40,8 kg, na árvore, com alta de 1,4% em relação à semana anterior.
Fonte: Cepea/Esalq