Leite: preços recuam pela 4ª semana consecutiva
As cotações do leite UHT e da muçarela caíram pela quarta semana consecutiva no mercado atacadista de São Paulo. Entre 29 de julho e 4 de agosto, o preço do UHT teve média de R$ 2,90/litro, queda de 4,84% frente ao da semana anterior.
Segundo colaboradores do Cepea, essa queda está atrelada à normalização do cenário após o encerramento da greve dos caminhoneiros, no final de maio, a paralisação acabou atrapalhando a entrega de produtos lácteos ao atacado, impulsionando fortemente as cotações. Além disso, o elevado estoque dos atacados também contribui para as quedas de preço. Quanto ao queijo muçarela, os preços recuaram 1,62% no mesmo período, para a média de R$ 19,23/kg.
Açúcar: preço do cristal cai para o menor patamar desde 2008/09
Os preços do açúcar cristal praticados no mercado spot do estado de São Paulo seguem em queda nestes primeiros dias de agosto.
Na quinta-feira, 2, o Indicador do açúcar cristal Cepea/Esalq (cor Icumsa de 130 até 180, mercado paulista) voltou à casa dos R$ 50,00 por saca de 50 kg, patamar que não era registrado desde a temporada 2008/09, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI base junho/18).
De 30 de julho a 6 de agosto, especificamente, o Indicador Cepea/Esalq caiu 2,35%, fechando R$ 51,55/saca nessa segunda-feira, 6.
Segundo pesquisadores do Cepea, por mais que projeções indiquem tendência de queda na produção de açúcar em São Paulo para a atual temporada 2018/19, a pressão baixista sobre os preços, ao menos no curto prazo, continua sendo provocada pela flexibilidade de algumas usinas, que têm reduzido ainda mais os valores pedidos frente a uma demanda que não mostra sinais de aquecimento.
Além disso, os preços internacionais do açúcar demerara em Nova York (ICE Futures), que exercem forte influência sobre o comportamento dos preços domésticos, também seguem em queda.
Etanol: volume de hidratado negociado aumenta 23%, mas preço cai 9%
A quantidade de etanol hidratado negociado no mercado spot por usinas paulistas em julho aumentou 23% em relação à do mês anterior. Mesmo assim, os preços do biocombustível recuaram no mês, devido ao aumento da oferta por parte das usinas com necessidade de caixa e de liberar tanques, segundo colaboradores do Cepea.
Em julho, a média do Indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado (considerando-se as quatro semanas cheias do mês) foi de R$ 1,4565/litro, forte queda de 9,2% em relação ao mês anterior. Quanto ao anidro, a média em julho foi de R$ 1,6608/litro, 8,23% inferior na mesma comparação, ambos considerando apenas o mercado spot.
Entre 30 de julho e 3 de agosto, especificamente, o Indicador do hidratado fechou a R$ 1,4004/litro, queda de 2,1% em relação ao da semana anterior. O Indicador do anidro foi de R$ 1,5915/litro, recuo de 3,7% no mesmo período.
As desvalorizações também foram verificadas em outros estados do Centro-Sul, usinas dessa região enviaram volumes expressivos ao mercado paulista, em decorrência da necessidade de liberar espaço nos tanques.
Trigo: com menor oferta de grãos de qualidade, importação segue firme
A baixa disponibilidade de trigo de qualidade no mercado brasileiro tem elevado o ritmo das importações do cereal, mesmo com o dólar mais valorizado. Em julho, o volume de trigo em grão adquirido pelo Brasil foi o maior desde outubro de 2016. No geral, o País intensificou as compras dos Estados Unidos, mas reduziu um pouco as aquisições da Argentina, devido à menor competitividade do grão argentino. Em julho, as importações brasileiras de trigo somaram 757.550 toneladas, aumento de 29,5% em relação a junho, segundo dados da Secex.
Com o dólar médio de R$ 3,83 no mês passado, o preço da importação foi de R$ 919,79/tonelada FOB (Free on Board), contra R$ 850,91/tonelada em junho. No Brasil, por outro lado, as cotações oscilaram, refletindo as incertezas quanto à comercialização do cereal.
Fonte: Cepea