Frango: Carne Fraca reforça baixa liquidez e cortes se desvalorizam
As vendas de carne de frango no atacado da Grande São Paulo se enfraqueceram ainda mais nos últimos dias, diante dos desdobramentos da operação Carne Fraca da Polícia Federal. Como resultado, os preços, principalmente dos cortes, recuaram, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Entre 16 e 23 de março, o peito de frango resfriado se desvalorizou 5,2%, com o quilo do produto cotado a R$ 4,88 na quinta-feira (23).
As baixas só não são maiores por conta da oferta reduzida de animais para abate no primeiro trimestre deste ano. No front externo, importantes compradores da carne de frango brasileira, como China e União Europeia, suspenderam temporariamente as aquisições, no aguardo de uma maior definição quanto às investigações. Com menos embarques, a possibilidade de sobreoferta de carne de frango no país gera receio no setor quanto a preços ainda menores.
Uva: mercado se aquece no Vale do São Francisco
A demanda por uvas com semente do Vale do São Francisco (PE/BA) aumentou nesta semana (20 a 24), o que ajudou a impulsionar as cotações. Segundo produtores consultados pelo Hortifruti/Cepea, a reduzida oferta nas regiões paulistas e a colheita ainda no início no Paraná contribuíram com esse cenário. Além disso, o bom tempo tem proporcionado uvas de boa qualidade, além de uma colheita eficiente.
A variedade Itália foi bastante procurada, e por sua oferta estar mais limitada, as cotações da embalada ficaram 15,8% superiores às da semana passada, fechando na média de R$ 5,50/kg. A expectativa é de preços elevados para as próximas semanas com a demanda favorável, mesmo sendo final do mês. Produtores também acreditam que, com a boa produtividade no Vale do São Francisco, os retornos com as variedades finas será satisfatório neste mês.
Maçã: preços da Cat 3 recuam 6% em Fraiburgo (SC)
Nesta semana (20 a 24), as vendas de maçãs foram lentas nas regiões produtoras do Sul do aís e na Ceagesp. As temperaturas amenas registradas em São Paulo podem ter afetado a comercialização da fruta, de acordo com colaboradores do Hortifruti/Cepea. Em geral, as vendas tradicionalmente caem na segunda quinzena do mês, principal motivo para o mercado lento nos últimos dias.
Assim, as cotações da maçã Gala Miúda Cat 3 recuaram 6% nesta semana, frente à anterior na região de Fraiburgo (SC). A demanda por esta categoria para merendas escolares não foi suficiente para manter os preços em maiores patamares. Essa queda nos preços pode estar atrelada, também, à maior oferta da fruta na finalização da colheita, de acordo com agentes do setor.
Citros: fraca demanda e maior oferta pressionam cotações
Os preços das frutas cítricas acompanhadas pelo Cepea estão em queda. Segundo pesquisadores, a pressão vem do ritmo lento das vendas no mercado de mesa, devido à entrada da segunda quinzena e às temperaturas mais baixas, e do aumento gradual da oferta de precoces da safra 2017/18.
De 20 a 23 de março, a laranja pera registrou média de R$ 40,84/caixa de 40,8 kg, na árvore, com queda de 6% em relação à da semana anterior. Entre as precoces, a laranja lima foi cotada a R$ 31,84/caixa de 40,8 kg, na árvore, com recuo de 12% no mesmo período. A hamlin, por sua vez, teve média de R$ 29,04/caixa nesta semana, com baixa de 10%.
Para abril, agentes consultados pelo Cepea acreditam que a disponibilidade de todas as variedades crescerá ainda mais, fundamentados na previsão de clima favorável ao desenvolvimento dos frutos que ainda estão nos pomares.
Cebola: cotações caem ainda mais em Santa Catarina
Os preços da cebola nesta semana (20 a 24) caíram de forma considerável em Ituporanga (SC) em relação à semana anterior. A média da cotação ao produtor foi de R$ 0,47/kg, com queda de 13,6%. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, o volume ainda elevado na região e a proximidade com o fim de mês faz com que a cebola continue desvalorizada.
Além disso, a qualidade está baixa, devido ao tempo de armazenamento da hortaliça. Isso faz com que as cebolas com qualidade inferior “puxem” os preços para baixo. Para a próxima semana (27 a 31), as cotações ainda devem permanecer em níveis baixos, com previsão de leve recuperação para as primeiras semanas de abril, quando o início de mês costuma favorecer as comercializações.
Fonte: Cepea/Esalq