Frango: vendas das carnes diminuem e afetam preço do vivo
As cotações da carne de frango continuam em queda, com a demanda enfraquecida devido às férias e a maiores despesas da população, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Apesar disso, a competitividade desta proteína caiu frente às principais concorrentes, bovina e suína, porque os valores das carnes bovina (traseiro) e suína têm registrado recuos ainda mais intensos que os verificados para o frango.
O desaquecimento das vendas da carne, por sua vez, reduz as compras de animais por parte de frigoríficos, resultando em quedas também no preço ao produtor e em animais mais pesados nas granjas.
Boi: preço da arroba da carne supera a de boi há mais de um ano
Desde dezembro de 2016 que os preços da arroba da carne bovina (carcaça casada negociada no atacado da Grande São Paulo) vêm superando os valores da arroba do boi gordo (mercado paulista), segundo dados do Cepea.
Considerando toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2001 para a carne, ainda que esporadicamente os preços da carcaça casada ficassem acima dos da arroba do boi, esta é a primeira vez que esse contexto perdura por mais de um ano. Antes de 2017, o período máximo desse deslocamento foi de apenas dois meses.
Segundo dados do Cepea, a média de preço da arroba bovina em 2017 foi de R$ 140,19 (considerando-se como base as médias mensais deflacionadas pelo IGP-DI de dezembro/2017), enquanto os mesmos 15 quilos de carne estiveram a R$ 147,70, resultando em diferença média de 7,51 reais por arroba.
A maior diferença observada no ano passado, de R$ 16,00/arroba e que foi observada em junho, é também a maior de toda a série histórica do Cepea. Naquele mês, a arroba da carne era negociada a R$ 147,50, ao passo que a do boi estava a R$ 131,50.
No ano passado, diversos fatores, como a operação Carne Fraca (deflagrada em março) e a delação da maior indústria frigorífica brasileira (que resultou em forte redução da compra de animais por parte desse grande player), desfavoreceram os negócios efetivados pelo pecuarista e pressionaram os valores da arroba do boi gordo, especialmente no primeiro semestre.
De acordo com pesquisadores do Cepea, mesmo que os preços da carne tenham acompanhado o movimento de queda verificado para o boi, a intensidade foi menor.
Com menos carne sendo ofertada, frigoríficos que seguiram normalmente no mercado acabaram controlando os volumes de carne em estoque, evitando elevada oferta de carcaça no mercado atacadista.
Além disso, as exportações em ritmo intenso também ajudaram a enxugar o volume de carne no mercado doméstico, os embarques de carne bovina in natura em 2017 registraram o quarto melhor desempenho da história.
Citrus: com demanda enfraquecida, cotações da laranja recuam
As chuvas registradas no Estado de São Paulo têm impactado a procura por cítricos, cenário que pressiona os valores da laranja, conforme pesquisadores do Cepea. Além disso, a oferta de produto de menor qualidade está elevada.
De 15 a 18 de janeiro, a pera teve média de R$ 19,91/caixa de 40,8 kg, na árvore, com recuo de 1,1% frente à semana anterior. Em relação a lima ácida Tahiti, os preços seguem em queda, devido à oferta elevada e ao ritmo fraco de vendas, tanto internas quanto externas.
Segundo produtores consultados pelo Cepea, a perspectiva é de que os preços permaneçam nestes patamares ou recuem ainda mais nos próximos dias, fundamentados no aumento gradual da oferta de Tahiti graúda no correr deste mês.
Na média desta semana (de segunda a quinta-feira), a variedade foi negociada a R$ 17,03/caixa de 27 kg, colhida, com baixa de 31,4% em relação à semana passada.
Mamão: Havaí e formosa sobem na Ceagesp
Nesta semana (15 a 19 de janeiro), o elevado volume de frutas nos boxes atacadistas e a demanda enfraquecida no período das férias continuaram limitando a valorização do mamão no atacado de São Paulo.
Por outro lado, a menor incidência de chuvas na capital paulista animou consumidores quanto à procura da fruta tropical. Além disso, atacadistas relataram que haviam encomendado um menor número de cargas, visando a escoar o mamão que já estava estocado na Ceagesp.
Com isso, os preços do formosa subiram 6% na semana, com média de R$ 18,25/caixa de 13 kg. Já a variedade Havaí obteve melhores resultados, em especial devido à menor disponibilidade. A variedade do tipo 15 a 18 foi comercializada por R$ 19,33/caixa de 8 kg, preço 9% superior em mesma comparação.
Contudo, essa alta ainda foi limitada pela restrita qualidade da fruta (resultado das chuvas nas praças produtoras), maior presença de frutos miúdos e grande oferta do formosa. Como a demanda geralmente aumenta com a volta às aulas, melhores cotações são esperadas somente para o próximo mês. Mais informações no site www.hfbrasil.org.br.
Banana: com maior oferta, prata se desvaloriza
Nesta semana (15 a 19 de janeiro), um volume maior da banana prata anã nas roças foi relatado por colaboradores, o que resultou no recuo das cotações da variedade em todas as praças produtoras consultadas pelo Hortifruti/Cepea.
A oferta um pouco mais elevada frente às semanas anteriores é resultado da escolha de alguns bananicultores em deixar de colher parte dos cachos, esperando por altas nos preços, sobretudo no Vale do São Francisco (BA/PE). Esse cenário resultou em pressão nas cotações no país por conta da concorrência entre as praças.
As maiores quedas foram no norte de Minas Gerais e no Vale do São Francisco, onde o quilo foi comercializado em média a R$ 1,80 e a R$ 1,46, respectivamente, com quedas de 10% e 8% frente à última semana. Contudo, este cenário pode ser momentâneo, já que a expectativa é de oferta mais controlada de banana nas próximas semanas. Mais informações no site www.hfbrasil.org.br
Manga: variação nos preços é significativa em SP
Os preços da palmer da região de Valparaíso/Mirandópolis (SP) aumentaram com força no decorrer desta semana (15 a 19 de janeiro), apesar de apresentarem grande variação.
Contudo, a ampla oscilação de preços não é surpresa para os produtores da região, devido aos diferentes padrões de qualidade, resultado da intensa incidência de casos de bacteriose nos pomares.
Os preços da variedade variaram de R$ 0,60/kg até R$ 1,50/kg, ficando em média a R$ 1,18/kg, 53% mais alto do que na semana passada. Ainda assim, as cotações da região seguem abaixo da média de comercialização da palmer no Vale do São Francisco (PE/BA), de R$ 1,30/kg. Mais informações no site www.hfbrasil.org.br.
Melancia: com tempo firme, preços se mantêm na Ceagesp
As cotações da melancia ficaram estáveis no atacado paulistano, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea. Segundo o Inmet, foram registrados apenas 6,6 mm de precipitações em São Paulo (SP) até a última quinta-feira (18/1), representando uma semana de clima predominantemente firme, o que contribuiu para a manutenção dos preços.
A melancia graúda (>12 kg) esteve em média por R$ 1,33/kg na Ceagesp nesta semana, com aumento de apenas 1,9% em relação à semana passada. Para os próximos sete dias, a previsão é de 89 mm de precipitações na capital paulista, segundo a Climatempo, o que poderá limitar nova valorização da fruta. Mais informações no site www.hfbrasil.org.br.
Fonte: Cepea