Etanol: preços têm a maior alta da safra 2017/18
Os preços dos etanóis anidro e hidratado registraram forte alta na última semana frente à anterior, devido à demanda elevada. As valorizações são as maiores registradas nesta temporada 2017/18. O Indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado fechou a R$ 1,3632/litro (sem ICMS e sem Pis/Cofins) entre 24 e 28 de julho, com elevação de 4,7% frente à semana anterior.
Quanto ao anidro, a média foi de R$ 1,5133/litro (sem Pis/Cofins), com alta significativa de 7,12% no mesmo comparativo. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a firme demanda das distribuidoras por etanol aumentou de forma expressiva os volumes negociados no mercado paulista.
Esses agentes vinham comprando quantidades bastante pontuais, mesmo com paridade favorável ao biocombustível em São Paulo. Nesse cenário, usinas que estavam ausentes do mercado spot mostraram interesse em participar das vendas e conseguiram preços maiores.
Açúcar: cotações caem quase 30% em um ano
O Indicador do Açúcar Cristal Cepea/Esalq para o Estado de São Paulo segue em queda, refletindo o período de safra, com média de R$ 61,18/saca de 50 kg em julho. Essa média, que é 15,32% inferior à de junho/2017 e 28,58% menor que a de julho/2016, é a mais baixa desde outubro de 2015 – valores deflacionados pelo IGP-DI de junho/2017.
Segundo pesquisadores do Cepea, o clima seco no Estado de São Paulo tem favorecido a colheita de cana e, consequentemente, a produção de açúcar nas usinas, que segue em ritmo acelerado. Além do aumento da oferta, as desvalorizações do demerara no mercado internacional também são determinantes para as cotações internas. De 24 a 31 de julho, o indicador Cepea/Esalq do açúcar cristal, cor Icumsa entre 130 e 180, recuou 1,15%, fechando a R$ 58,48/saca de 50 kg na segunda-feira (31).
Trigo: menor oferta mundial em 2017/18 pode afetar Brasil
Diante das condições climáticas pouco favoráveis em 2017 em muitas localidades, a disponibilidade de trigo pode diminuir na temporada 2017/18 em diversos países. Nesse cenário, o Brasil, que ocupa a quarta posição dentre os maiores importadores mundiais do cereal, pode ser afetado.
Além disso, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná, a safra no principal produtor do grão no país, deve diminuir fortes 19%, somando 2.82 milhões de toneladas. Quanto aos preços, segundo pesquisadores do Cepea, as oscilações de preços nos países fornecedores do cereal ao Brasil, combinadas às variações cambiais, podem impactar os preços do grão e de seus derivados no mercado doméstico.
Tomate: com oferta elevada, preços despencam no atacado
As cotações do tomate caíram de forma significativa nos principais atacados do país. O maior recuo foi observado no Rio de Janeiro (RJ), onde o 3A teve média de R$ 37,74/caixa de 20 kg entre 24 e 28 de julho, com queda de 35,09% em relação ao período anterior.
Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, o recuo está atrelado à oferta elevada nas regiões fluminenses de Paty do Alferes e São José de Ubá, e em Venda Nova do Imigrante, no Espírito Santo, que vêm abastecendo a capital do Estado. Em São Paulo, o 3A teve média de R$ 44,37/caixa (-30,16%) na Ceagesp e de R$ 46,33/caixa (-29,55%) em Campinas no período. Em Belo Horizonte (MG), a média foi de R$ 40,50/caixa (-19,73%).
Leite: oferta e demanda favorecem elevação dos preços ao produtor
Os preços do leite pagos ao produtor estão mais altos neste ano, segundo pesquisas do Cepea. Em junho, por exemplo, a média dos estados de RS, SC, PR, MG, GO, SP e BA foi 5% maior que a de junho do ano passado, já deflacionada pelo IPCA de maio/2011.
Com base em dados sobre a captação de laticínios/cooperativas dos mesmos estados, pesquisadores do Cepea avaliam que a valorização real do leite ao produtor ocorre, em parte, porque a produção está ligeiramente menor no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano em comparação a igual período de 2010. A redução é de 1,5%, ocasionada principalmente pela menor oferta de Goiás (recuo de 12% sobre 2010).
Em Minas Gerais e São Paulo, também houve redução na captação de leite, porém, em menor proporção. Entre os motivos para a queda estão o encarecimento dos insumos usados por produtores para reforçar a alimentação das vacas.
O gasto extra com insumos deve ter apertado a margem dos produtores, já que o leite subiu bem menos que produtos como o milho (alta de quase 50% entre junho/2010 e junho/2011, descontando-se a inflação do período) e o farelo de soja (aumento real de 15%).
Na parcial deste ano, as exportações de derivados lácteos diminuíram, ao mesmo tempo em que as importações aumentaram de maneira considerável, o que compensaria ao menos em parte o impacto da menor produção interna. O aumento do leite ao produtor e nos segmentos à jusante, é explicado também pela demanda do brasileiro, fundamental para que os preços estejam nos patamares que estão.
Fonte: Cepea/Esalq