Arroz: preço sobe 21% no início de 2022
Historicamente, os preços do arroz em casca registram movimento de baixa no primeiro trimestre do ano, devido ao período de colheita.
No entanto, no início de 2022, o comportamento dos preços foi diferente: a média do Indicador Cepea/Irga-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista) subiu de R$ 62,47/saca de 50 kg em dezembro/2021 para R$ 75,71/saca em março/2022, em termos nominais, com forte alta de 21,20% no período.
Desde o início da série dos preços do arroz do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em 2005, este movimento de alta no primeiro trimestre só havia sido registrado em 2012 e 2020. A alta neste ano é a maior da série para o período considerado.
O forte aumento é resultado da demanda acima da oferta e de reajustes positivos nos valores, devido à necessidade de reposição de estoques em determinados períodos. Do lado vendedor, produtores mantiveram a postura cautelosa e seguiram limitando os lotes para venda.
Café: preço do robusta se recupera no fim de março
Após começarem o mês em queda significativa, os preços do café robusta se recuperaram no fim de março. No dia 31, o Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 805,29/saca de 60 kg, praticamente estável (+ 0,60%) em relação ao do encerramento de fevereiro.
Segundo informações do Cepea, no começo de março, as quedas estiveram atreladas a recuos externos, em função da perspectiva de menor demanda mundial com a guerra entre Rússia e Ucrânia, à inflação ao redor do globo e à troca de fundos por outras commodities.
Já a sustentação no final do mês veio da elevação dos contratos futuros da variedade, da forte retração vendedora no Brasil e da maior presença de compradores no spot nacional.
Cana: oferta reduzida em março impulsiona os preços do etanol e do açúcar
Os preços de açúcar cristal registraram pequena alta no mercado spot do Estado de São Paulo em março, informou o Cepea/Esalq em análise mensal. “Agentes de algumas usinas permaneceram firmes e/ou elevaram os preços pedidos, fundamentados no baixo estoque de açúcar na região Centro-Sul”, indicou o boletim. A demanda elevada também impulsionou os preços.
Na última semana do mês passado, os preços médios do açúcar cristal subiram em razão do estoque reduzido do cristal Icumsa até 180 (coloração do açúcar) em usinas. “A maior parte dessa qualidade de açúcar foi direcionada às negociações por contrato, o que limitou a oferta no mercado spot”, informou o Cepea. No Estado de São Paulo, o Indicador do Açúcar Cristal Cepea/Esalq subiu 5,59% em março, terminando o mês a R$ 142,86 a saca.
Com relação ao etanol, a entidade registrou alta nos preços do hidratado e anidro no mês passado. “O mês de março foi marcado pela menor oferta, em meio ao período de entressafra, e pela volta gradativa dos compradores ao longo das semanas”, indicou o relatório. “O recesso de carnaval levou demandantes a realizarem a reposição de estoques, elevando o volume negociado no período.”
A média do indicador do hidratado em março ficou em R$ 3,2104/litro, 11,70% acima da de fevereiro, e a do anidro subiu 8,90% na mesma comparação, para R$ 3,5572 o litro. O Cepea indicou ainda que o volume de negócios de etanol hidratado captado em março aumentou 98,10% em relação a fevereiro.
Algodão: média do indicador em março é a maior desde abril de 2011, em termos reais
As cotações do algodão em pluma subiram em boa parte de março. O Indicador Cepea/Esalq subiu 5,41% no acumulado do mês, fechando a R$ 7,2585/lp no dia 31. No dia 29 de março, especificamente, o indicador atingiu R$ 7,2799/lp, máxima nominal da série histórica do Cepea, iniciada em 1996.
A média do indicador em março foi de R$ 7,0445/lp, a maior da série do Cepea, em termos nominais. Já em termos reais (IGP-DI – fevereiro/2022), a média ficou 0,92% acima da de fevereiro/2022 e 24,67% acima da de março/2021, sendo, também, a maior desde abril/2011 (quando esteve em R$ 8,7215/lp, em termos reais).
Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio especialmente da posição firme de vendedores, que estiveram atentos às elevações dos preços internacionais e da paridade de exportação. Do lado comprador, boa parte seguiu sem interesse para novas aquisições, mas os agentes com necessidade imediata tiveram de ceder e pagar preços mais altos.
Fonte: Cepea