Alface: oferta reduzida eleva preços no Sudeste
Os preços das alfaces americana e crespa subiram na última semana em Mogi das Cruzes (SP) e Teresópolis (RJ), reflexo das amplas oscilações de temperatura, que vêm prejudicando a qualidade das folhosas na região Sudeste. Segundo pesquisadores do Hortifruti/Cepea, a americana é a mais afetada, apresentando dificuldade na formação do pé e descartes nas lavouras.
Entre 10 e 13 de abril, as cotações dessa variedade subiram 20% na praça fluminense, a R$ 11,38 por caixa com 12 unidades. Quanto à alface crespa, os valores se elevaram 6% na mesma região, a R$ 7,60/caixa com 18 unidades. Em Mogi das Cruzes, as cotações da crespa aumentaram 5%, fechando a R$ 13,14/caixa com 20 unidades.
Ambas as regiões vêm fornecendo alface crespa para Mário Campos (MG). Assim, se o volume da variedade continuar diminuindo nas próximas semanas em São Paulo e no Rio de Janeiro, a oferta pode não ser suficiente para abastecer as demandas local e externa, o que pode impulsionar ainda mais os preços.
Arroz: retração vendedora limita quedas de preços no correr de abril
O preço do arroz em casca no Rio Grande do Sul tem registrado novas quedas ao longo de abril, mas menos intensas em relação às verificadas em março, refletindo a retração de parte dos orizicultores. Na terça-feira (18), o Indicador Esalq/Senar-RS, 58% grãos inteiros, fechou a R$ 38,85/saca de 50 kg, com leve baixa de 0,26% em relação à terça-feira anterior e de 2,6% na parcial do mês, contra o forte recuo de 15,3% no acumulado de março.
Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), alguns produtores não estão ativos no spot, já que permanecem concentrados nas colheitas, seja de arroz ou de soja. A alternância de dias de sol e chuva tem ocasionado lentidão às atividades, além de gerar preocupação quanto à qualidade dos grãos. Apenas parte dos vendedores consultados pelo Cepea, com necessidade de “fazer caixa” para cumprir com gastos de lavouras, é que ofertaram alguns lotes.
Do lado comprador, poucas indústrias mostram interesse em novas aquisições, e algumas trabalham com estoques já formados. Além de atrapalhar a colheita, as chuvas ocorridas no início da semana anterior prejudicaram os carregamentos.
Algodão: com poucos compradores ativos, liquidez segue baixa
A comercialização de algodão em pluma segue enfraquecida no mercado brasileiro. De modo geral, os vendedores estão mais ativos que os compradores. Segundo agentes consultados pelo Cepea, parte das empresas não tem necessidade de adquirir a pluma, afirmando estar abastecida com o produto contratado. Além disso, muitos demandantes estão na expectativa de conseguir preços menores que os atuais, fundamentados na proximidade da colheita da nova safra.
Apenas algumas unidades compram pequenos volumes, mas ainda prevalece a “queda de braço” com vendedores na busca por valores mais baixos. De 11 a 18 de abril, o Indicador Cepea/Esalq com pagamento em oito dias, referente à pluma 41-4 posta em São Paulo, caiu 0,7%, fechando a R$ 2,7409/lp na terça-feira (18).
Café: colheita do robusta 2017/18 começa no Espírito Santo e pressiona preços
O Espírito Santo iniciou a colheita de café robusta 2017/18 esta semana e poderá ter uma safra com qualidade e rendimentos superiores aos da safra passada, uma vez que as lavouras têm sido beneficiadas pelo clima favorável, disse o Cepea na terça-feira (18), citando relatos de agentes do estado.
Segundo o centro de pesquisas, até o início da semana passada, a colheita no principal estado produtor de robusta do Brasil estava focada em cafés de lavouras mais precoces, que têm recebido classificação peneira 13 acima, um padrão bem aceito no mercado. A colheita deve ganhar mais força a partir do final do mês.
Quanto aos cafezais em Rondônia, as chuvas continuam a atingir o estado, porém em menor intensidade. Esse contexto e as altas temperaturas não prejudicaram nem a colheita nem a qualidade dos grãos, disse o Cepea. Para os próximos dias, a previsão é ainda de chuva em Rondônia, mas a colheita já está mais adiantada.
Com o avanço da colheita de robusta no Brasil, os preços seguem em queda e as negociações apresentam ritmo lento. O indicador Cepea/Esalq do robusta tipo 6 peneira 13 cima, com retirada no Espírito Santo, fechou a R$ 411,45/saca na segunda-feira (17), com queda de 1,4% em relação a semana anterior. O tipo 7/8 bica corrida fechou a R$ 400,03/saca, com queda de 1,2% no mesmo período.
No ano passado, o preço do robusta no Espírito Santo superou R$ 550/saca por conta da baixa oferta, o que levou as indústrias a pressionar a liberação de importação de café verde, fato que não ocorreu.
Fonte: Cepea/Esalq