Açúcar: baixa oferta sustenta indicador na casa dos R$ 70,00/saca
O volume de açúcar cristal negociado no mercado spot de São Paulo aumentou na última semana. Entretanto, a oferta do produto proveniente da temporada 2019/20 disponível para pronta entrega permanece baixa. Segundo colaboradores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a maior parte do açúcar já produzido tem sido direcionada à entrega de contratos.
Assim, os preços permaneceram na casa dos R$ 70,00/saca de 50 kg – patamar nominal observado em meados de fevereiro de 2019, período da entressafra 2018/19.
De 6 a 10 de maio, a média do Indicador Cepea/Esalq, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi de R$ 70,55/saca de 50 kg, com alta de 0,70% em relação à média da semana entre 29 de abril e 3 de maio (R$ 70,06/saca).
Etanol: hidratado se desvaloriza e açúcar remunera 39% a mais
Com a estabilidade do preço do açúcar cristal no mercado spot paulista neste início de moagem e com as frequentes quedas do etanol hidratado e anidro, a relação entre esses produtos ficou ainda mais vantajosa para o adoçante.
Segundo cálculos do Cepea, entre 6 e 10 de maio, o açúcar remunerou 39% a mais do que o etanol hidratado, contra 34% na semana anterior (de 29 de abril a 3 de maio). No caso do etanol anidro, o adoçante registrou vantagem de 23% na última semana, acima dos 20% do período anterior.
Na parcial de maio (até o dia 13), o Indicador Cepea/Esalq açúcar cristal acumula alta de 2,16% no Estado de São Paulo, enquanto os Indicadores Cepea/Esalq do hidratado e do anidro acumulam quedas de 13,2% e de 5,27%.
Colaboradores do Cepea afirmam que a queda do etanol está atrelada à maior oferta do biocombustível por parte de algumas usinas, devido à necessidade de “fazer caixa”.
Mesmo com outras unidades se mantendo firmes quanto aos preços pedidos, esses vendedores, inclusive, se afastaram do mercado, alegando que as cotações estão em um patamar pouco atrativo. A demanda, por sua vez, seguiu firme.
Trigo: maior produtividade deve compensar menor área na safra 2019/20
O plantio do trigo da safra 2019/20 avança no Brasil, mas a área destinada para o cereal deve diminuir em relação à do ano passado. Apesar disso, por enquanto, a previsão é de aumento na produção, devido à possível recuperação da produtividade.
Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário é o oposto do observado em 2018, quando a área com trigo foi maior, mas o clima limitou a produtividade das lavouras de inverno.
No Brasil, relatório divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na semana passada indicou que a área de semeio do trigo pode ficar 3,3% inferior à da safra passada, totalizando 1.97 milhão de hectares.
A maior redução vem do Paraná, que responde por 93,2% da área total no País. Já a produção e a produtividade devem aumentar, passando respectivamente para 5.46 milhões de toneladas (+ 0,71%) e para 2,7 toneladas/hectare (+ 4,2%).
Cepea