Os Auditores Fiscais Federais Agropecuários (AFFAS) têm papel importante na Indicação Geográfica, uma ferramenta de fomento à agropecuária que reconhece um produto de determinada região por suas características únicas.
Um dos exemplos mais famosos é o queijo da Serra da Canastra, artesanal e feito com leite cru. Tal reconhecimento ajuda a promover os produtores locais, valoriza os produtos e certifica sua qualidade, origem e tradição.
“Existe uma relação muito próxima entre um produto e a região na qual foi feito”, disse a AFFA e coordenadora de Indicação Geográfica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Patrícia Metzler Saraiva. “Ele é feito, geralmente, de forma específica e tradicional. Existe um saber-fazer das pessoas da região que dá características únicas para o produto”.
A região pode ter também uma combinação de solo, clima, temperatura e umidade que influencia no processo. Por exemplo, em Salinas, Minas Gerais, o clima e solo são favoráveis ao cultivo de leveduras especiais e boas lavouras de cana de açúcar, o que rendeu o título de Indicação Geográfica à cachaça produzida na região.
Os auditores fiscais federais agropecuários agem na identificação e apoio a produtores que solicitam o título de Indicação Geográfica. “Nós trabalhamos com uma série de possibilidades, como a melhoria da qualidade do produto”, disse Saraiva.
“Mesmo sendo um produto já tradicional, pode haver questões na sua produção que podem ser melhoradas. Em alguns casos, por exemplo, é preciso que o rebanho esteja adequadamente vacinado para a obtenção do título”.
Segundo a auditora, quem define como o produto deve ser feito são os próprios produtores da região. Os interessados devem criar em conjunto um caderno de especificações técnicas contendo as características e regras que devem ser seguidas. Após a definição do selo de Indicação Geográfica, todos os produtores locais que seguem os métodos definidos podem usar o título em seu produto.
“Esse processo foca no desenvolvimento territorial, com expectativa de agregação de valor ao produto, melhoria de qualidade, fixação dos agricultores ao campo e as questões culturais da região”, afirmou Saraiva.
“A Indicação Geográfica movimenta o turismo, a gastronomia e várias outras instituições e empresas além dos produtores. O papel dos AFFAS no fomento é este – levar alternativas e capacitar os produtores para que eles atendam às exigências de qualidade e sanidade necessárias”.
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